22 de março de 2010

Quistos Repelentes

José António Barreiros escreve hoje sobre um "Quisto Repelente"

Pouquíssimos sabem que purga um quisto repelente, uma sífilis de juventude, purulenta, pestífera. Queria então ser assistente universitário. A vigilante PIDE não deixou. O rapaz não se conformou. Era uma carreira que lhe vedavam. Meteu requerimento. Na António Maria Cardoso, onde foi pelo seu pé, ajoelhou, servil. Jurou fidelidade à Constituição de 1933, abjurou, justificou com inconsciências o que eram ousadias radicais. Denunciou colegas. A polícia tinha organizado uns autos que, para macaquearem os dos tribunais, ostentavam na capa o título «autos de revisão». O jovem candidato indicou testemunhas. Só uma se dignou, respondendo por escrito, por ser juiz conselheiro. Fez um cínico depoimento de ouvir dizer: que lhe diziam que o rapaz hoje era outro, que só queria livros e boas maneiras, conformismo, obediência. O outro, director dos serviços de Censura à imprensa, nem lá pôs os pés. No final os «pides» opinaram que sim, que o colaborador rapaz já oferecia garantias de cooperar «na realização dos fins superiores do Estado».

José António Barreiro não nomeia tão prfícua personagem, nem o seu nome vem ao caso.
Concordo inteiramente com ele.
Personagens destas existem aos milhares, e todas elas se caracterizam por uma questão que colocam sempre a quem os questiona:

Onde estavas tu no 25 de Abril?

3 comentários:

Flávio Gonçalves disse...

Muito boa gente dos PS e PSD no antigamente servia o regime "fássista", não há qualquer incongruência: servem o regime só na esperança de se servirem.

Anónimo disse...

Olá, Bonifácio, está bonzinho?
Lembrei-me de passar por aqui e medir-lhe o pulso...

Já reparou que o número de comentários aos seus sempre muito elevados posts, são, em média muito baixos a roçar a inexistência?

Apenas 1 obteve 14 (!?) comentários, muito à custa deste seu humilde sparring partner que dá pelo nome de Orlando de Vasconcelos e Sá. Lembra-se de mim? É que eu lembrei-me de lhe alvitrar que se dedique a outras actividades onde terá pelo menos tão poucos seguidores como aqui...

Olhe, a pesca, por exemplo!
Ou o Boccia... sem desprimor para os seus praticantes.

Bonifácio, você escreve, bolsa ou arrota? É que me lembra alguns personagens da literatura clássica portuguesa (não confunda, por favor, com nacionalista...)...

Olhe, Bonifácio, eu desde já lhe peço desculpa, bem como aos seus (poucos) amigos. É que, por muito que insulte, cuspa, se engasgue no seu fel e emita rasgos de animalesca e ululante perturbação, eu não vou responder-lhe. Já dei para o seu peditório, só não entendo como é que continua a pedir!

Fique bem ou mal, tanto me faz...

Do seu, atentamente,

Orlando de Vasconcelos e Sá

Anónimo disse...

Se se trata de uma criatura com o fígado carcomido, não é muito difícil concluir quem possa ser... ;-)

José