30 de março de 2006

Força Catarina!

Os Machos deste país estão contigo!
Ufa, estava a ver a coisa mal parada.
As mulheres constituem neste momento a grande maioria dos estudantes Universitários.
O último reduto do machismo Universitário Português, O Técnico, já caiu há muito. Uma rapariga dizer hoje em dia, "Estudo no técnico" já não provoca a tradicional pergunta do macho Lusitano - "Quanto levas?"
Hoje em dia as mulheres são mais de 60% dos estudantes universitários, percentagem que é superior nos alunos que terminam as licenciaturas. Crê-se mesmo que no futuro, as mulheres chegarão a 75% dos licenciados em Portugal.
Confesso que já via a vida a andar para trás, sim, porque ver o sexo forte deste pais, remetido aos tachos, ao espanador e esfregona, é um pouco dificil de aceitar.
Mas Ana Catarina Mendes veio salvar e proteger o último reduto do macho lusitano!
A Política!
Sim, porque a sua proposta vem reservar 70% dos lugares parlamentares a nós, Homens.
Daqui a uns anos, quando as mulheres dominarem a vida nacional, restará uma "Aldeia Gaulesa", ou melhor, um "Clube do Bolinha", onde "menina" pode entrar, mas só até 30% dos lugares.
Ah, Ana Catarina, quem diria que serias a nossa Lulu!

26 de março de 2006

Recordando: Hospital de Arroios

Este é o estado actual do Hospital de Arroios, à praça do Chile, em adiantado estado de degradação, aguarda andrajoso, o camartelo que o transformará em mais um condomínio privado, conforme já foi referido aqui e aqui.

Antigo convento e colégio da Companhia de Jesus, transformado em Hospital em 1890, o Hospital de Arroios, dependendo do Hospital dos Capuchos foi, entre 1919 e 1925, o Hospital que acolheu e tratou milhares de militares mutilados e feridos na 1ª Guerra Mundial, com graves problemas de locomoção.

O meu avô Rogério (2º a contar da esquerda na fila de cima), ferido em combate a 18 de Abril de 1918 foi, apesar de tudo, bafejado pela sorte. Após 0 dia 9 de Abril, a estrutura militar Portuguesa tinha deixado de existir e com ela os hospitais de campanha, que pouco mais eram que açougues infectados com febre tifoíde, onde os médicos tentavam salvar vidas sem terem os mínimos meios para o fazer, por isso o meu avô, foi assistido num Hospital Canadiano e na rectaguarda, a sua perna foi salva graças a um enxerto ósseo colocado por um cirurgião Inglês.

Entre 1919 e 1923, o Hospital de Arroios foi a sua casa. Nele consolidou o enxerto ósseo, reaprendeu a andar e assim voltou à vida activa, carregando no seu andar e para toda a vida, a lembrança daquele dia de primavera de 1918.

Para alêm da medicina, no Hospital de Arroios preparavam-se os mutilados para o seu díficil retorno à vida activa. A importância dada aos trabalhos agrícolas refectia duas situações. A importância que tal actividade tinha na estrutura económica de então

e o simples facto de que os soldados que aguentaram a lama na Flandres, que se expuseram ao fogo alemão, provinham das camadas mais baixas da sociedade portuguesa, analfabetos e com muito pouca instrução, aguentaram dois anos na lama da Flandres, completamente abandonados e entregues a si mesmos, pois a grande maioria dos oficiais, ou tinha arranjado uma licença só de ida para Portugal, ou passeavam-se nas esplanadas solarengas de Paris-Plage longe do tifo que grassava nas trincheiras.

Assim foi no Hospital de Arroios estes Soldados e Sargentos receberam, após o seu sacrifício, as únicas atenções que a República lhes dignou conceder.

Tentando dar um mínimo conforto a quem durante dois anos viveu num inferno.

Inferno esse, cuja lembrança carregaram no corpo para o resto de suas vidas.

20 de março de 2006

Clássicos II - Showboat

"Showboat" com música de Jerome Kern e letras de Hammerstein e P.G. Wodehouse é considerado o primeiro musical americano. Antes dele havia o Vaudville e as Folies. Depois dele tudo mudou, e a cultura norte-americana ganhou uma das suas facetas mais importantes do século XX.

"Showboat" é uma história passada nos anos 80 do século XIX, sobre os encontros e desencontros da vida, à volta de um "showboat" - barco a vapor que subia e descia o mississípi apresentando espectáculos nas povoações ribeirinhas. A peça estreou em 1927, montada pelo famoso empresário Ziegfeld.
Em 1951 conheceu uma adaptação memorável para cinema, com Katarin Grayson, Ava Gardner e Howard Keel.

Mas de Obra-Prima e fundadora do musical americano , Showboat passou a pária. O facto de nele existirem músicas com os chamados "Chorus slaves" que retratavam a vida das populações de negros do Mississípi como no próprio coro de abertura:

"
Niggers all work on the Mississippi.
Niggers all work while the white folks play-
Loadin' up boats wid de bales of cotton,
Gittin' no rest till de Judgement Day
"

Desde há 20 anos atrás que qualquer tentativa de reposição desta obra-prima depara com a oposição das, eufemisticamente, chamadas "Minorias étnicas".
O ódio é tão grande que nem mesmo versões politicamente correctas, nas qual o termo "nigger" é substituído por um hilariante "Colored folk" são aceites.

Mas como eu me estou nas tintas para o que as "minorias pensam, aqui vai o grande tema de Showboat - Ol' man river, na interpretação de Paul Robeson, considerada a melhor.


19 de março de 2006

Clássicos I - Oklahoma

O Miguel Castelo Branco lembrou os 40 anos do filme "Música no Coração" baseado numa peça da Brodway de Rodgers & Hammerstein.
No filme sempre achei que Christopher Plummer era um erro de casting e nunca fui apreciador da pose higiénica de Julie Andrews, apesar de esta ter sido a vítima da maior injustiça de Hollywood, quando a preteriram, em favor de Audrey Hepburn, no papel de Eliza Doolitle.
Na versão cinematográfica, Audrey apenas mexe os lábios, a voz era de Marni Nixon, especialista em dobragem de estrelas de Hollywood sem grande voz para cantar, tal como já tinha acontecido com Deborah Kerr em "O rei e eu" e com Marylin Monroe na música "Diamonds are the girls best friends" onde Marni colmatou a falta de escalas de voz das "estrelas".

Mas não há duvida que "Musica no Coração" é um bom Clássico, mesmo considerando que não é o melhor de Rodgers &Hammerstein. O melhor deles é sem dúvida "Oklahoma"

Oh! - What a beautiful Mornin' - Gordon MacRae



Oh! What a beautiful mornin'
Oh! What a beautiful day
I've got a beautiful feeling
everything is going my way

Outros tempos sim senhora, tempos em que os "Cowboys", mesmo os que cantavam, não "partiam a espinha"

Retratos de "Árduo" trabalho, em Portugal

O Comentador Político

Árduo trabalho este.
Aturar semanalmente um controleiro do Grande Oriente, um advogado com ar de betinho da Foz e ter que mandar umas postas de pescada já muito comidas. Isto tudo para tentar mandar no partido a que pertence, sem dar muito nas vistas!

18 de março de 2006

Retratos de "Árduo" trabalho, no mundo


Ontem nos States, hoje em Londres, amanhã no Porto e depois em Paris.
A cansativa vida de um conferencista.

16 de março de 2006

Travessia

Há muito tempo havia, nos rios Portugueses barcaças para a sua travessia.
No Minho atravessava-se o Lima em Barco do Porto, Serreleis, a menos de 10 Km de Viana.

Atravessando o Rio Lima em Barco do Porto - Circa 1920

13 de março de 2006

No tempo em que as "Top Models" não falavam

Há mais de 20 anos, no tempo em que as Top Models não falavam, Christie Brinkley, a "Uptown Girl", era a mais bela entre as mais belas.

Só deus a poderia ter criado.
Para o Mendo Ramires

11 de março de 2006

QUARENTA

Tinha que ser!

A partir de hoje entro definitivamente nos "entas"

Já se passaram 40 anos desde que vim ao mundo.
Tão rápido o tempo passa que até parece que não dispomos de tempo para o viver como ele merece.

Valeu a pena?

Claro que valeu. E vale!

Pela Família;
Pelos amigos;
Enfim por tudo!

10 de março de 2006

La Fete a Boris

A 10 de Março de 1920 nascia o maior homem de letras da lingua francesa do Século XX.
Romancista, Poeta, Músico, trompetista, figura incontornável do Quartier Latin do após-guerra e ..... Engenheiro de profissão.



On n'est pas là pour se faire engueuler
On est v'nus essayer l'auréole
On n'est pas là pour se faire renvoyer
On est morts, il est temps qu'on rigole
Si vous jetez les ivrognes à la porte
Il doit pas vous rester beaucoup d'monde
Portez-vous bien, mais nous on s'barre
Et puis on est descendus chez Satan
Et là-bas c'etait épatant!...
C'qui prouve qu'en protestant quand il est encore temps
On peut finir par obtenir des ménagements!...

Habemus presidente

Muito se escreveu sobre a nada republicana pompa e circunstância da tomada de posse de Cavaco.
Muito se escreveu sobre os colaboradores do nosso nóvel presidente.
Sobre estes últimos registo aqui a melhor frase que li.

9 de março de 2006

Festa

No passado Domingo desloquei-me a olivença, uma das duas localidades de Portugal onde se pode ver uma Corrida de Touros Integral.


Mais que um espectáculo, uma Corrida é uma cerimónia de contornos religiosos, onde se fundem, numa estranha simbiose, os cultos pagãos fundadores da Europa (Rapto de Europa por Zeus disfarçado de Touro, Cnossos e Mitra) e a religiosidade católica, alicerçada na fé popular, nunca reconhecida oficialmente pela alta hierarquia Romana.

Uma Corrida não é mais que uma dança

Uma dança de vida e de morte

entre o ser humano e um animal, que apesar de representar o papel da "Besta",

é o único animal Sagrado - O verdadeiro Rei dos Animais!

5 de março de 2006

Soberania Nacional em Causa!

Hoje, dia 5 de Março perto das 15hoo, um jipe da Guarda Civil com a matricula PGC 9662-T, com dois agentes dentro, invadiu Portugal junto à Ponte da Ajuda. Durante alguns minutos, os dois agentes da Benemérita entretiveram-se a fazer rallye na margem portuguesa do Guadiana tendo em seguida dados uma volta à Capela de Nossa Senhora da Ajuda, antes de voltarem, a grande velocidade, para Espanha.
Mais uma prova da arrogância castelhana, que se diverte a brincar com a nossa soberania.

4 de março de 2006

5 Manias

Desafiado há cerca de um mês pelo amigo suburbano José Raposo, respondo agora com as minhas 5 manias, informação completamente inútil e que a ninguém deve interessar, até a mim mesmo.
1 - Sou incapaz de mostrar os dedos dos pés. Faça calor ou faça frio, uso sempre sapatos fechados, Sandálias não fazem parte da minha sapateira. Até os chinelos de Quarto são fechados!
2 - Devo ser o condutor que gasta mais água no esguicha-esguicha. Tenho horror a vidros sujos, cheiros de insectos esmagados. No entanto, o resto do carro pode estar bem sujo, os vidros é que não.
3 - Sempre que vou ao Rossio, uma atracção magética misteriosa impele-me para a Ginginha do Largo deSão Domingos. Seja a que horas for "venha uma sem". E até nem é a melhor de Lisboa.
4 - Sou incapaz de deitar coisas velhas ao lixo, mesmo aquelas que até nada me dizem.
5 - Adoro quebrar correntes. Por isso não desafio nenhum blogger, até porque esta corente já passou de moda!