Mas se analisarmos as figuras presentes vemos que nela não está presente nenhuma figura da cultura (oficial) portuguesa.
Isto acontece principalmente por uma razão!
A nossa cultura dita erudita, não ultrapassa fronteiras, mesmo com Saramagos e Lobos Antunes.
Quem lá fora conhece a literatura ou qualquer outro ramo da nossa cultura dita erudita, pertence a uma infinitesimal minoria.
Por outro lado se atentarmos à nossa produção cultura desde há cerca de 150 anos, vemos que nela impera um e um só pensamento.
O pensamento de que Portugal não presta, o pensamento de que tudo o que é bom tem de ser necessáriamente estrangeiro.
Os intelectuais e pessoas de "cultura" de Portugal, desde há mais de 150 anos, sonham em serem estrangeiros.
Os intelectuais e pessoas de "cultura" de Portugal, desde há mais de 150 anos, têm vergonha do país em que nasceram.
Os intelectuais e pessoas de "cultura" de Portugal, desde há mais de 150 anos, que tentam, através do seu "trabalho", transformar Portugal num país estrangeiro.
Estas pessoas, ao longo de 150 anos, criaram um sistema que transforma num pária todo aquele "intelectual" que tente demonstrar alguma apego à Pátrio que o viu nascer.
Só para falar em Música, enquanto que em toda a Europa (Da Kamtchaka a Badajoz), os grandes compositores do Século XIX mergulharam profundamente nas raízes da música popular (Brahms, Korsakov, Falla, etc) em Portugal seria necessário esperar 100 anos para termos os irmãos Freitas Branco, hoje naturalmente remetidos para as prateleiras poeirentas da parca história da música erudita nacional.
Por isso uma cultura que produz obras que imitam tudo o que se faz nos outros países é uma cultura de categoria ordinária. Não vale a pena conhecer, pois nela não se encontra nada de distinto de todas as outras culturas nacionais.
Por isso naquele cartaz não aparece nenhum Português porque dá-se o triste facto de não haver nenhum Português para lá colocar.
3 comentários:
Correctíssimo. E por estes dias mais estúpida está a nossa "ideia" de cultura. Hoje a cultura tem de estar transvertida de tecnologia e com sotaque inglês.
A cretinice é livre.É pena é que não a crertinos deste género não lhes espetem a eles umas farpas nas costas. Isso é que seria um acto de defesa da cultura nacional.
Aproveite a livre circulação de pessoas na UE. Se quer ser estrangeiro, então desampare a loja!
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