30 de novembro de 2007

Formosa à lá Magritte

A União Europeia, farol da democracia e dos direitos humanos universais afirma soberanamente que:

"Ceci n'est pas un pays"

Primeiro de Dezembro

Amanhã celebra-se os 367 anos da restauração da independência nacional. Como é de tradição, a Sociedade Histórica da Independência de Portugal celebra condignamente a ocasião com o seguinte programa:

12h00 – MISSA SOLENE DE ACÇÃO DE GRAÇAS, na Igreja Paroquial de Santa Justa, no Largo de São Domingos;
16h00 – HOMENAGEM AOS HERÓIS DA RESTAURAÇÃO, na Praça dos Restauradores;
17h15 – ASSINATURA DO LIVRO DE HONRA DA SHIP, no Palácio da Independência;
Das 14h30 às 18h30 – VISITA À EXPOSIÇÃO DE POSTAIS “IMAGENS DE ÁFRICA E DO ORIENTE”, da colecção do
Dr. João Loureiro, no Palácio da Independência.


Estas comemorações caracterizam-se por estarem isentas da presença de membros da classe política nacional. A ver se se cumpre a tradição.

Em Santa Maria da Feira realiza-se o VI simpósio 7 sois, 7 luas, com uma conferência moderada por Carlos Magno e na qual participam:
Bérnard Henry-Levy - Filósofo Francês
Tahar Ben Jalloun - Poeta Marroquino
Paul Rusesabagina - Cidadão Ruandes, cuja acção durante o genocidio foi retratada no Filme "Hotel Ruanda"
Carlos Amaral Dias - Psiquiatra

Às 15h00 na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira.

Ao contrário dos anos anteriores eu estarei em Santa Maria da Feira


28 de novembro de 2007

LEIXÕES!!!!!

O meu clube do Coração atingiu a bonita idade de 100 anos

Parabéns por tantas alegrias inolvidáveis que vivi, e continuo a viver no "mar"

Parados no tempo

A propósito de um comentário meu no Palavra Aberta, o problema dos "Parados no Tempo" afecta tanto certos "Turras" como certos "Tugas".

Certos Tugas continuam a sentir nostalgia do “Império”, recusam-se a aceitar que houve 6 novos países a partir de 1975. Para eles, os PALOP serão sempre uns países onde vivem “coitadinhos”, oprimidos pelos antigos combatentes, e que hoje sentem, tal como eles, nostalgia do tempo em que viviam sobre a bandeira lusitana.
Outros “Tugas”, porém continuam a carregar a “cruz do colonialismo”, para eles os PALOP são países onde vivem “coitadinhos” vítimas da “pérfida” colonização portuguesa e que hoje em dia, continuam a viver na fome e na pobreza unicamente por terem sido por nós “colonizados”. Sempre que um PALOP espirra, estes Tugas acodem, dizendo sempre, diga-me lá o que precisa, como podemos nós compensá-lo!

Por parte dos “Turras” e em face dos comportamento da segunda classe de Tugas (O primeiro tipo encontra-se arredado do poder), adoram produzir declarações como as do senhor Gebuza, que em Cabora-Bassa, declarou que a entrega da parte Portuguesa do empreendimento a Moçambique significava o fim real da “Colonização Portuguesa”. O facto de passados 5 minutos a barragem ter sido entregue a Canadianos, parece ser, para o “Turra” Gebuza, pormenor de $omeno$ importância.

O mesmo fenómeno acontece na Índia, onde organizações racistas Hindus, apuparam Cavaco Silva. No entanto quando algum alto dignitário Britânico os visita, os mesmos “Turra” indianos optam por um comprometedor silêncio, como se a revolta dos cipaios nunca tivesse acontecido.

Até mesmo o Brasil, após 200 anos de independência, continua a atirar as culpas dos seus fracassos e frustrações para a “Pérfida” colonização Lusitana, culpando-nos mesmo dos massacres de índios, cuja grande maioria ocorreu já em pleno Século XX.

Tudo isto acontece porque a imagem que Portugal projecta no mundo é a de um país fraco, sem política e vontade própria, sempre e sempre de braço estendido, disposto a trocar a sua soberania, a sua cultura, a sua economia por um nome de localidade num qualquer tratado ilegível ou por dez reis de mel coado, eufemísticamente chamados de “Fundos de coesão”.

27 de novembro de 2007

Amizade e Valor

A Tauromaquia tem muitos aspectos.
Este é apenas um deles.


Naturalmente que os frustrados amiguinhos dos animais, no fundo do seu demente umbigo, desconhecem que este tipo de amizade seja possível.

24 de novembro de 2007

Sinatra is my Singer - He's allways there for me

Quando comecei a comprar discos, nos finais dos anos 70, Frank Sinatra era um cantor do passado, coisa de mentes "botas de elástico". Música Música era Joy Division, Joe Jackson, The Cure, etc.

Porém, em meados dos anos 80, Sinatra volta com um disco de originais, bem como com os espectáculos com Count Basie, e foi como um "New kid on the Block". Apesar de Sinatra ter começado a carreira quando o meu pai tinha a mesma idade que eu tinha na altura, para mim a descoberta de Sinatra foi uma novidade e ele passou a figurar entre Talking Heads, Echo & the Bunnymen. Por isso subscrevo o que
Pedro Correia afirma - Não acredito que haja alguem que não goste de Sinatra.

Do disco de originais de Sinatra de 1984, acho que foi o seu último, fica para os meus leitores, o fabuloso LA is my Lady.

23 de novembro de 2007

A constipação e a pneumonia

Dizem as estatísticas que caso a Espanha se constipe, Portugal apanha uma pneumonia.
Por este motivo não percebo o enorme destaque e alarido dada à recepção a Hugo Chávez, sobretudo ou "roubo" do petróleo venezuelano a Espanha (com efeitos a partir de 2013???), apresentado como grande vitória diplomática portuguesa.
É bastante pertinente a pergunta de Pedro Santana Lopes:
É caso para dizer bem alto: Sócrates, por que nó piensas, hombre.
NOTA: Já repararam que o que Chávez está a tentar fazer na Venezuela, por vias travessas, é mais ou menos parecido com que João Jardim alcançou na Madeira pela força do voto livre e sem ter que mudar uma virgula à lei vigente?
Porque é que o Sr. Sócrates e demais esquerdalhada, aplaude as aptências de Hugo Chávez em se eternizar no poder, enquanto que as mesmas aptências na Madeira são chamadas de "Déficit democrático" ou até mesmo, pelos mais ignorantes, de "fascismo"?

21 de novembro de 2007

O triunfo dos Cóchinhas e das Fedúncias

A minha relação com a Ginjinha de São Domingos começou na primeira vez que vim a Lisboa, já lá vão 21 anos. Assim que a vi, pedi logo “uma sem” e assim continuou até aos dias de hoje. Todas as vezes que ia à Baixa a Ginjinha era paragem obrigatória, fosse que hora fosse, se estivesse aberta tinha que beber “uma sem”. Nestes anos todos talvez não tenha chegado a beber um almude, como o amigo do Mateus Cóchinha, que bebia um por dia e gozava de boa saúde, mas não houve uma vez que fosse à baixa que não provasse o divino néctar da Caldas.

Agora a ASAE fechou o pequeno grande estabelecimento, pilar da cultura e boa vida de Lisboa, que no seus 10 metros quadrados fez mais pela cultura nacional que os milhares de metros quadrados dos centros comercias “ASAE Compliant” do Engenheiro Belmiro.

A ASAE é necessária, mas até agora apenas a vejo atacar as bases fundamentais da nossa cultura, tentando impor uma visão higienizada da sociedade, proibindo a Ginjinha de São Domingos, os enchidos de Almeirim, o medronho da serra do caldeirão e até a açorda, porque, pasme-se, não se pode usar “pão de ontem”, obrigando-os a recorrer a refeições de plástico confeccionadas em multinacionais “ASAE Approved”.
Tudo normalizado, tudo a lá Mac Donalds, com rótulo CE - it’s the ASAE way.
Enquanto isso os grandes grupos económicos enchem as estantes dos seus estabelecimentos comerciais com produtos estrangeiros com rótulos nos quais, ao contrário do que a lei estipula, a língua portuguesa está ausente, o que me leva a pensar que a ASAE se encontra longe de ser uma agência “isenta”.

O fecho da Ginjinha de São Domingos enche-me de nojo. Estamos rapidamente a transformarnos num país de donas Fedúncias da Costa e de Mateus Cóchinhas.

Dona Fedúncia da Costa (ASAE)
Delambida e Magricela
Fez de ser tola uma aposta
Diz que Ginjinha nem vela
Porque, coitada, não gosta

E a ama de um reverendo
Que é das bandas da Barquinha
Tem um aspecto tremendo.
Bebe aos litros de Ginjinha
E é a saúde que se está vendo

Bowling for Vale de Cambra

As manchetes de hoje versavam sobre o impedimento in-extremis de um suícidio colectivo de jovens em Portugal.
No fórum da TSF pretendeu-se discutir o assunto. Digo, pretendeu, porque na realidade a TSF apresentou o tema como um assunto provocado pela internet, por isso uma grande parte dos intervenientes interveio nesse sentido, apenas um responsável do site Miúdos Seguros aflorou o tema como ele deve ser tratado. Centrou a discussão na procura da causa raiz e não na culpabilização do meio.

O tratamento dado pela TSF não difere no tratamento que a comunicação social mundial tem vindo a dar a estas manifestações de problemas de adolescentes. Foi assim no massacre escolar na Finlândia, foi assim no massacre de Columbine.
Apenas se dedicaram a culpabilizar o meio usado e nunca procuraram chegar à raiz do problema.

Não é a internet que leva jovens a pensar em suicidarem-se, tampouco é a facilidade de obtenção de armas que causa os massacres escolares dos Estados Unidos e da Finlândia. A causa é bem mais complicada e reside bem fundo na própria estrutura da Sociedade. O que foi impedido em Vale Cambra, ou o que não foi na Finlândia voltará a acontecer, por mais restrições que se procurem implementar sobre os meios, quando estes são considerados como “causas”.

Estes problemas existem nas sociedades modernas. Aparecem primeiro nos Estados Unidos porque eles são a sociedade mais desenvolvida do mundo, mais cedo ou mais tarde chegarão a Portugal. Na Finlândia já aconteceu, Na Alemanha evitaram recentemente que sucedesse. Na Inglaterra o mesmo fenómeno aparece sob a forma de assassinatos de crianças por outras crianças (São dezenas por ano). Em Portugal vai acontecer seguramente, mais ano menos ano.
Apesar de possuirmos uma legislação que restringe, e a meu ver bem, o acesso a armas, quem quiser uma arma arranja-a. Por este motivo quando em Portugal estiverem criadas as condições sociais para que um adolescente queira chamar a atenção matando a tiro os seus colegas e professores ele vai fazê-lo, independentemente de haver uma lei que restringe o acesso ao meio que ele pretende usar.

É só uma questão de tempo.

20 de novembro de 2007

De volta

De volta ao "jardim".
Estando fora 10 dias, volto com a sensação que neste país tudo está no mesmo ponto onde o deixei.

15 de novembro de 2007

Fora de epoca

Fazer ferias fora de epoca tem coisas estranhas, como estar neste momento na esplanada de um hotel (Na realidade uma pousada de Juventude, mas melhor que um hotel), que tem um jardim relvado com enormes palemeiras e eucaliptos e que termina nas margens do mar da Galileia, 200 metros abaixo do nivel do mar.
O ceu esta completamente estrelado, ao fundo vejo as luzes de Tiberiades e dos Kibutz dos montes Golan, a lua num perfeito crescente muculmano, nao corre uma aragem, a temperatura e cerca de 25 graus e a unica coisa que corta o silencio da noite e o canto de milhares de grilos e hoje e 15 de Novembro e estou a pouca mais de 3 horas e meia de voo de Portugal.
(Sem acentos e com um teclado que funciona da direita para a esquerda)

14 de novembro de 2007

Em viagem

Muito de fugida, e sem acentos. Escrevo de um Kibutz de Ein Gedi, nas margens do mar morto.
O que vi ate agora nao tem nada a ver com o que aparece no Telejornal, tirando o facto de a M 16 e a pistola Walther serem aderecos mais usados que uma bolsa ou uma carteira (mulheres inclusive).
Come-se bem, a temperatura e agradavel e Jerusalem e mesmo o "Centro do Mundo".
Estarei de volta para a semana.
Divirtam-se

7 de novembro de 2007

Férias!!!!

Fazendo jus à musica anterior, até ao final da próxima semana andarei por aqui.



Divirtam-se até ao meu regresso!

Momento Musical - Peter Paul and Mary

Peter Paul and Mary interpretando "Leaving on a jet plane", com o autor da música, um ainda desconhecido John Denver.



E já agora votos de melhoras para Mary Travers que luta desde há alguns anos contra uma Leucemia.

O Ateísmo não passa de um escarro mal cheiroso

Tolerância, Respeito e Educação são três palavras que não fazem parte do dicionário dos "Ateístas".

A propósito de um dos postais mais abjectos publicados na Blogoesfera

Nota Pós-Texto: Reparei que os corajosos Ateístas foram lestos a apagar o acima citado postal. Para que não hajam dúvidas, podem lê-lo AQUI

2 de novembro de 2007

Paul Tibbets (1915-2007)

Paul Tibbets faleceu ontem aos 92 anos de idade. "Durmo bem todas as noites" afirmou ele. Acredito que não sinta remorsos, nem acho que tenha razão para os sentir, mas sabendo que ao executar a missão que lhe tinha sido atribuída, morreram 100 000 pessoas muitas noites devem ter sido em branco.

Ao contrário de muita gente eu acho que a decisão de usar a arma atómica contra o Japão (Decisão a que Tibbets foi alheio) foi acertada.
No momento imediato a a bomba poupou dezenas de milhares de vidas Norte-Americanas e centenas de milhares, senão mesmo milhões de vidas Japonesas (Na tomada de Okinawa, morreram 150 000 civis Japoneses, uma grande parte por suicídio).
A longo prazo, a acção de Tibbets e os mártires de Hiroshima e Nagasáki garantiu a paz e a não utilização da arma atómica até aos dias de hoje.

Tibbets foi um bom militar, cumpriu escrupulosamente a missão que lhe foi confiada. não foi ele o responsável pela morte dos civis japoneses. Mas mesmo assim deve ter sido difícil para ele, viver bem estes ultimos 60 anos.