12 de julho de 2005

Wide Open Space

Até ir a Marrocos, a minha visão de um Wide Open Space era a paisagem alentejana vista do alto de Évora Monte. No deserto do Sahara essa visão altera-se radicalmente. Quando se ultrapassa a última cordilheira do Atlas e se entra no vale do Draa, a imensidão sem fim do Sahara abre-se perante os nossos olhos.

Clique na imagem para aumentar

O Deserto nunca é como o imaginamos, é necessário estar lá para se aperceber que não se trata de uma praia grande, aliás em Marrocos as dunas de areia estão praticamente ausentes.
O que se vê, é uma planície cinzenta acastanhada num interminável caos de pedras de vários tamanhos. Ao longe, lá muito longe, encostadas ao planalto da Hamada do Draa, um pequeno cordão de dunas, com alguns quilómetros de largura, possivelmente para lá arrastadas pelos ventos dominantes.

Para os outros lados apenas pedras, pedras e mais pedras, tudo numa plena monocromia castanha.

apenas entrecortada aqui e ali, por zonas de pedra cinzenta clara, sinal indicativo de uma fugaz torrente de água proveniente do degelo das terras altas da cordilheira do Atlas, que por um breve mês inundam o vale, fazendo-o florescer brevemente antes que o sol voltar a torrar tudo.

Não fora as espinhosas acácias e as poucas ervas e arbustos, e não ficaria surpreendido de encontrar o Mars Observer e o seu pequeno Rover deambulando lentamente no meio deste mar de pedras.
No deserto tudo é diferente, tudo é novidade, até o calor é diferente, 46º à sombra são relativamente suportáveis e nota-se a estranha ausência do suor, rapidamente evaporado pelo ar.

Muito esparsamente encontra-se um oásis, onde se encontra a única mancha de cor em quilómetros de vazio castanho.

Clique na imagem para aumentar

1 comentário:

Anónimo disse...

intiresno muito, obrigado