6 de julho de 2005

Apontamento sobre a globalização

O comentário do Velho da Montanha sobre o proteccionismo agrícola, suscitou-me uma reflexão interessante sobre certas incongruências no G8 e nos grupos de selvagens que o contesta.
O G8, tem sido apontado pelos seus detractores como o grupo das nações responsáveis pelos males que o mundo padece devido à suposta politica maléfica da “Globalização”. Curiosamente a miséria que o mundo vive é provocada, no que diz respeito a África e América Latina, à falta de Globalização e livre comércio de produtos agricolas.
Vários países do G8 têm tentado criar um mercado livre mundial de produtos agrícolas, essas tentativas têm sido sucessivamente travadas pelos Estados Unidos, França e Alemanha, devido ao primeiro ser sensível ao “loby” dos produtores de Algodão (Cultura fortemente subsidiada nos EUA) e aos restantes, por terem toda a sua agricultura principescamente paga pelos fundos comunitários. Estes subsídios, conjuntamente com os direitos alfandegários europeus, fazem com que os produtos agrícolas Africanos e Latino Americanos, cerca de 3 vezes mais baratos que os europeus, fiquem a ser mais caros quando entram em solo europeu. Por este motivo a exportação de produtos agrícolas entre Africa, América Latina e a Europa é quase insignificante. Este postulado é valido apenas para os produtos produzidos pela França e Alemanha, pois a Banana da Madeira, por exemplo, tem de competir com a banana americana em regime de livre concorrência. Se a França produzisse bananas, outro galo cantaria, e a banana madeirense seria fortemente subsidiada, para além de as concorrentes americanas serem oneradas com pesadas taxas aduaneiras.
Curiosamente, esta não decisão do G8, beneficia e de que maneira, os agricultores Franceses, que mesmo assim se manifestam ruidosa e violentamente sempre que este grupo de nações se reúne.

Uma globalização na agricultura seria a maneira mais rápida de diminuir os níveis de pobreza no terceiro mundo. E esta medida teria ainda uma outra vantagem pois poucos meses depois de ser tomada, o mundo teria o prazer de ver trogloditas como Joseph Bové, agricultor francês especializado em demolição de restaurantes MacDonalds, cuja banha é composta pela miséria das populações agrícolas de Africa e América Latina, na indigência e a passar fome

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