Agora a ASAE fechou o pequeno grande estabelecimento, pilar da cultura e boa vida de Lisboa, que no seus 10 metros quadrados fez mais pela cultura nacional que os milhares de metros quadrados dos centros comercias “ASAE Compliant” do Engenheiro Belmiro.
A ASAE é necessária, mas até agora apenas a vejo atacar as bases fundamentais da nossa cultura, tentando impor uma visão higienizada da sociedade, proibindo a Ginjinha de São Domingos, os enchidos de Almeirim, o medronho da serra do caldeirão e até a açorda, porque, pasme-se, não se pode usar “pão de ontem”, obrigando-os a recorrer a refeições de plástico confeccionadas em multinacionais “ASAE Approved”.
Tudo normalizado, tudo a lá Mac Donalds, com rótulo CE - it’s the ASAE way.
Enquanto isso os grandes grupos económicos enchem as estantes dos seus estabelecimentos comerciais com produtos estrangeiros com rótulos nos quais, ao contrário do que a lei estipula, a língua portuguesa está ausente, o que me leva a pensar que a ASAE se encontra longe de ser uma agência “isenta”.
O fecho da Ginjinha de São Domingos enche-me de nojo. Estamos rapidamente a transformarnos num país de donas Fedúncias da Costa e de Mateus Cóchinhas.
Dona Fedúncia da Costa (ASAE)
Delambida e Magricela
Fez de ser tola uma aposta
Diz que Ginjinha nem vela
Porque, coitada, não gosta
E a ama de um reverendo
Que é das bandas da Barquinha
Tem um aspecto tremendo.
Bebe aos litros de Ginjinha
E é a saúde que se está vendo
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