9 de setembro de 2004

A Bimba (2ª Parte)

A bimba resolveu escrever na passada sexta-feira, uma achincalhante crónica sobre a nossa gastronomia. Importa referir que eu não considero a nossa gastronomia sacrossanta, ela não é a melhor do mundo, nem os restaurantes portugueses são os melhores do mundo, e 90% dos Portugueses não sabe reconhecer uma cozedura bem feita, mas estas considerações negativas devem ser feitas por uma pessoa conhecedora e nunca por uma ignorante oriunda, ainda por cima, de um país onde um filete de peixe congelado acompanhado por batatas fritas ultracongeladas é considerado como uma iguaria.

A “
Camone”, começa logo bem:

“Sludge” (legumes cozidos durante duas horas)

Deduzo que esta lama, seja aquilo que uma pessoa, que não seja analfabeta, chama de “esparregado”. Aqui verificamos que esta menina nunca entrou numa cozinha, pois o esparregado (um prato de “caloiros” em culinária) demora entre 10 a 15 minutos a fazer.

A “
Bifa”, continua a destilar ódio, seguindo-se o seu retrato dos restaurantes portugueses, os quais são TODOS assim

Paredes […]mosaicos de casa de banho (Ela é tão burra que nem sabe a diferença entre mosaicos e azulejos)[…] a escorrerem condensação; luz fluorescente […] posters turísticos em molduras de plástico […] mata-bichos de ultra-violeta[…]

Neste ponto não a critico directamente, critico sim as suas más companhias, que apenas a levaram a comer em tascos rançosos. Mas como qualquer estrangeiro, minimamente versado em temas gastronómicos sabe, não é num tasco rançoso que a gastronomia de um país pode ser devidamente apreciada. Parece que esta ácida senhora não.

A “
Inglesa sulfúrica ”, continua a sua demonstração de ignorância escrevendo sobre o cozido à Portuguesa:

Pratos deixados a cozer horas, de onde se tiram montes e montes de COISAS a abanar como gelatina, partes indescritíveis de animais indescritíveis, cozidos em caldo e largados no prato com legumes desfeitos.

É a primeira vez que alguém chama o Porco de animal indescritível. Será que a “
cachopa ” é muçulmana?

Esta visão do cozido à portuguesa deve ter sido adquirida num tasco rançoso.

Mas ainda não é tudo. A “sulfúrica” assenta baterias no marisco com estes insultos:

Esta gente baba-se quando ouve falar dos nomes de marisco, pedacinhos de borracha em concha […] criaturas estranhas raspadas das bases de barcos.

Nunca vi tanto ódio a Portugal e Ignorância juntos. O termo “Babam-se” dispensa qualquer comentário. Quanto às criaturas raspadas dos cascos de navios, só se for em Inglaterra, pois os crustáceos que geralmente habitam nos cascos não fazem parte da dieta nacional (nem da mundial, pois não têm nada que comer). Aconselho no entanto à “garina” que os raspe e tente cozinhar, depois de os comer o TBT encarregar-se-á dela!

Quanto ao nosso Bacalhau, o nosso “fiel-amigo” é objecto desta observação:

[…]canta elogios sobre lagos de azeite num prato com as línguas e bochechas de peixes secos e mal-cheirosos.

Quem canta elogios sobre “fish and chips” e “haggis” (uma cópia merdosa dos nossos deliciosos maranhos), está perfeitamente autorizado a tecer este tipo de parvoiçes. Sinceramente aquela dos lagos de azeite é própria de quem tem interesses obscuros nos óleos alimentares.

Chegando às sobremesas lemos estas aberrações:

Sobre o Queijo de Azeitão:

Queijos que parecem ter-se perdido atrás do frigorifico há dez anos que cheiram a ratazanas mortas[…]

A doçaria conventual portuguesa reduz-se a:

[…]Doces feitos de tantos ovos e açúcar são obrigatórios para acelerar aquele ataque cardíaco[…]

Para que não digam que eu estou a ser mauzinho para esta súbdita de sua majestade, existe uma frase com a qual eu estou inteiramente de acordo:

[…] coisas que fizeram do cuspo de camelos,[…] bolachas ensopadas[…]

Inteiramente de acordo, é necessário eliminar a baba de camelo, o doce da casa e já agora o horrendo molotov, das ementas nacionais.

No entanto a pulhice da pulhice é a sua opinião sobre nós, Portugueses

E todo o tempo em que está a comer umas porcarias por baixo das luzes fluorescentes […] fala de todas as porcarias e sonha um mundo sem frigoríficos, sem telemóveis, sem computadores: um mundo de pobreza […] e comida que cheira mal

A minha boa educação impede-me de fazer qualquer comentário apropriado, pois se já bani anónimos que apenas escreveram palavrões nos comentários, tenho de manter a linha editorial a qualquer custo. Mas acreditem que esta contenção custa….

A seguir: Carta aberta a Miss Vitriólica

2 comentários:

Anónimo disse...

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE MOSAICO E AZULEJO?

Luís Bonifácio disse...

O Mosaico (Quando nos referimos a uma parede) é um pequeno ladrilho cerâmico de cor única, muito usado na decoração Árabe. Quando aplicado no chão referem-se também a pequenas peças cerâmicas de cor única (Mosaico romano).
O azulejo é uma placa cerâmica de cor única ou não, tradicionalmente com o tamanho 15x15 cm, se bem que nos últimos 20 anos tenham aparecido outros tamanhos.