9 de julho de 2009

Inadmissível

É a única coisa que se pode dizer da manifestação de estivadores, que ontem ocorreu em frente ao parlamento.

Não que os estivadores não possam exprimir o que lhes vai na alma através de impropérios pouco educados. Mas quando estes impropérios e ameaças de morte são feitos por elementos de cara tapada com disparos de petardos à mistura devem ser tratados como um acto terrorista.

Na civilização ocidental onde estamos inseridos, tapar a cara tem o significado de não querer ser reconhecido pela prática de actos vergonhosos. Por isso é que os ladrões usam um lenço ou passa-montanhas e um arguido esconde a sua cara debaixo do casaco quando entra no tribunal.
Em Portugal onde os protestos corporativos se pautam pelo cumprimento de boas regras de civilidade (Professores, CGTP, etc), os estivadores ao agirem como ontem se viu, ficam com a fama de Selvagens, apesar de a maioria da sua classe não o ser.
Mas mais preocupante que as ameaças de morte e os petardos, foi assistir à passividade das forças policiais presentes, a qual, com o arrastar da crise e das tensões laborais vai seguramente encorajar a infiltração de desordeiros, os quais transformarão manifestações pacíficas em actos de vandalismo e pilhagem, como é normal nos outros países europeus.
E convém ter em conta que certo partido que actualmente aparece a capitalizar o descontentamento é conhecido pelos cursos de agitadores que promove em acampamentos de verão.
No futuro, e com o beneplácito das forças de segurança, não vão faltar oportunidades de aplicarem os conhecimentos adquiridos.

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