O Santo sepulcro, o lugar mais sagrado da Cristandade, não tem a espectacularidade e beleza da cúpula da rocha. Por fora parece uma normal catedral românica num estado de conservação bastante sofrível.
A praça que ocupa o adro é pequena. A primeira coisa que sobressai é o portal de entrada, do lado esquerdo a torre sineira encontra-se coberta de andaimes, por cima da porta, num parapeito junto a uma janela, reparo num escadote, um pouco afastado da zona de restauro.
Longe de mim imaginar que aquele simples escadote, cuja função primária é proporcionar uma “comunicação”, ou num sentido figurado uma “união”, simboliza na realidade a fragmentação, desunião e total ausência de comunicação entre as diferentes variantes do cristianismo que usam o Santo Sepulcro.
Esta Igreja, local mais santo do cristianismo tem sido ao longo dos séculos tem sido um campo de batalha onde Católicos, Ortodoxos Gregos, Russos, Etíopes, Coptas, Arménios e Sírios, lutam por alguns metros quadrados de espaço santificado.
A posse total do Santo Sepulcro, oscilou sempre entre os Ortodoxos Gregos e os Católicos (Franciscanos), posse essa que variava consoante a influência das diferentes igrejas junto do Sultão da Turquia. Ao longo dos séculos sucederam vários confrontos entre as principais confissões, Em 1808 um incêndio destruiu o próprio Sepulcro de Cristo, apesar de não ter afectado o seu interior.
Cansado de tantas lutas e de pagar as reparações, a Sublime Porta de Constantinopla, impôs em 1852 o “Status Quo”, uma espécie de condomínio no qual a propriedade da Catedral ficou atribuída à Igreja Ortodoxa Grega, mas com zonas cedidas às outras confissões e horários de utilização dos respectivos locais santos. O "Status Quo" definiu por fim zonas de utilização comum. O acordo funcionou e ainda hoje é aplicado e respeitado, se bem que de quando em vez ocorram escaramuças. A última ocorreu em 2004 e obrigou à intervenção das autoridades Israelitas, para acabar com cenas de pugilato entre Gregos e Franciscanos.
Longe de mim imaginar que aquele simples escadote, cuja função primária é proporcionar uma “comunicação”, ou num sentido figurado uma “união”, simboliza na realidade a fragmentação, desunião e total ausência de comunicação entre as diferentes variantes do cristianismo que usam o Santo Sepulcro.
Esta Igreja, local mais santo do cristianismo tem sido ao longo dos séculos tem sido um campo de batalha onde Católicos, Ortodoxos Gregos, Russos, Etíopes, Coptas, Arménios e Sírios, lutam por alguns metros quadrados de espaço santificado.
A posse total do Santo Sepulcro, oscilou sempre entre os Ortodoxos Gregos e os Católicos (Franciscanos), posse essa que variava consoante a influência das diferentes igrejas junto do Sultão da Turquia. Ao longo dos séculos sucederam vários confrontos entre as principais confissões, Em 1808 um incêndio destruiu o próprio Sepulcro de Cristo, apesar de não ter afectado o seu interior.
Cansado de tantas lutas e de pagar as reparações, a Sublime Porta de Constantinopla, impôs em 1852 o “Status Quo”, uma espécie de condomínio no qual a propriedade da Catedral ficou atribuída à Igreja Ortodoxa Grega, mas com zonas cedidas às outras confissões e horários de utilização dos respectivos locais santos. O "Status Quo" definiu por fim zonas de utilização comum. O acordo funcionou e ainda hoje é aplicado e respeitado, se bem que de quando em vez ocorram escaramuças. A última ocorreu em 2004 e obrigou à intervenção das autoridades Israelitas, para acabar com cenas de pugilato entre Gregos e Franciscanos.
O Santo Sepulcro numa gravura de 1880
Não se sabe ao certo quando é que o escadote foi colocado no parapeito. Há quem diga que lá estava em 1852, quando o “Status Quo” entrou em vigor, há quem diga que foi colocado posteriormente a essa data. O certo é que gravuras do século XIX (1880) já o incluem. Como o “Status Quo” considerou o parapeito como uma zona de utilização comum, para ser retirado passou a ser necessário a anuência de todas as confissões. No passado dia 9 de Novembro o escadote lá continuava. E lá continuará, até que o caruncho, que não tem religião, se encarregue de o desfazer.
Outra zona de utilização comum é o próprio sepulcro. Este apresenta sinais de grave deterioração desde há várias décadas. Em 1947 e perante as indecisões dos seus utilizadores, as autoridades britânicas mandaram-no cintar com vigas metálicas para evitar o seu colapso. As vigas lá continuam até que as várias igrejas cristãs se entendem quanto à sua recuperação.
No entanto o restauro do Santo Sepulcro pode estar para breve (digamos que meio século). Desde 1960 que se iniciaram os estudos com vista ao restauro integral da Igreja. Pelo menos a torre sineira já está em obras, o que é uma boa noticia para todos os cristãos
Sem comentários:
Enviar um comentário