A Bomba-Inteligente manifestou a sua surpresa por ver num programa de rádio "gente supostamente civilizada a emitir opiniões anti-semitas primárias - "ouvi um professor universitário a dizer que os judeus ficavam todos muito bem no Novo México! Depois um anti-semita primário a dizer que não-sei-quê mataram Jesus, a ligar directamente das cavernas. Tenho de repensar esta história da defesa da liberdade de expressão... Não deixo de me espantar como na Europa supostamente civilizada, democrática e livre, haja quem apoie a barbárie e aponte o dedo a quem é atacado e se defende. Uma vergonha."
O Jansenista contrapõe dizendo " o problema do anti-semitismo, como bem assinala, não tem apenas a ver com níveis de cultura, embora encontre o seu terreno mais propício nessas silvas da superstição ignara."
Estamos a falar de duas coisas completamente diferentes no seu grau.
Um é o resíduo que em Portugal restou do Anti-semitismo de há 500 anos atrás. Este resíduo, que se manifesta em expressões com conotação negativa como "Judiarias", "Cabala" ou "forreta de um raio, pareces um judeu", fazem parte da nossa linguagem comum e são usadas por pessoas que desconhecem, ou nem sequer fazem ligação com o Judaísmo, quaqndo as pronunciam.
Acontece-me a mim, e a muito boa gente como Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues, só para citar dois exemplos recentes.
Agora falemos de coisas mais sérias. O anti-semitismo que nos preocupa, não é este que se vê nas expressões populares, o anti-semitismo que nos preocupa é aquele que bebe no nazismo. Esse anti-semitismo não é de gente inculta! Esse anti-semitismo é próprio de gente extremamente culta!
A nossa visão dos Nazis é nos dada pela historiografia esquerdista. Nesta visão, os Nazis são apresentados como um bando de brutamontes analfabetos. Visão essa muito do agrado da própria Alemanha que a cultiva imenso).
Mas isto é totalmente errado! Como é que um bando de supostos brutamentes analfabetos constroiem em tão pouco tempo uma visão que diabolizava os Judeus, tão eficaz que foi seguida por 99% dos Alemães. Apenas meia dúzia de Junkers e os irmãos Scholl tentaram fazer alguma coisa.
Nesses tempos, como agora os Alemães eram o povo mais culto e educado da Europa!
Os Nazis perseguiram muitos artistas, mas por mero oportunismo! Pois os quadros de "arte degenerada" iam todos, a custo zero, para as paredes das casas dos altos dignatários Nazis e não para o lixo!
Nos campos de concentração os prisioneiros (Judeus e não só) eram acompanhados para as câmaras de gás com uma orquestra a tocar música de câmara, não tocavam o "êxito pimba do momento"
Para quem é engenheiro, e olha para a planta de Auschwitz/Birkenau vê imediatamente que aquilo é uma fábrica extremamente bem planeada e altamente eficiente de matar pessoas e fazê-las desaparecer em cinza. Uma fábrica dessa natureza e com esse grau de eficácia não é desenhada por "analfabetos incultos" é desenhada por engenheiros licenciados altamente experientes.
Se o Anti-semitismo grassa nas "silvas da superstição ignara" não é uma grande fonte de preocupação, mas quando ele grassa em "gente supostamente civilizada" é que merece preocupação, pois é esse tipo de gente que consegue transformar o "Anti-semitismo" únicamente presente em expressões populares num Anti-semitismo criminoso como aconteceu na Alemanha há 60 anos atrás
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