No passado dia 19 de Fevereiro o Expresso publicou na Revista “Única”, e inserido num artigo com o título “Portugal que Funciona” um retrato catastrófico dos recursos hídricos Portugueses.
O gráfico seguinte mostra a percentagem de empresas industriais que possuem estação de tratamento de águas industriais (ETAR), depois de vários anos em que milhões de euros foram colocados à disposição das empresas e autarquias para o investimento em sistemas de controlo ambiental, nomeadamente as tão faladas ETAR.
O gráfico seguinte mostra a percentagem de empresas industriais que possuem estação de tratamento de águas industriais (ETAR), depois de vários anos em que milhões de euros foram colocados à disposição das empresas e autarquias para o investimento em sistemas de controlo ambiental, nomeadamente as tão faladas ETAR.
No vale do Ave e Cávado apenas cerca de 7.5% das empresas tratam as suas águas industriais. A indústria maioritária nesta zona é a indústria têxtil. Por este motivo é possível conhecer antecipadamente cor da moda na próxima estação através de uma mera observação da cor das águas destes dois rios. Nas bacias hidrográficas do Douro e Vouga, a situação é também confrangedora. Apenas na bacia hidrográfica do Tejo a maioria das empresas trata os seus efluentes industriais. Mesmo assim não deixa de ser uma situação medíocre.
No entanto este gráfico não nos dá apenas o estado das nossas bacias hidrográficas, ele mostra um retrato regional da indústria Portuguesa. Uma empresa que gera efluentes líquidos altamente poluentes e não os trata é uma empresa que possui uma gestão deficiente, virada para o lucro fácil e rápido, sem respeito pelo meio-ambiente e muito provavelmente sem respeito pelos seus próprios trabalhadores. Em muitas empresas a salário pago é muitas vezes inferior ao salário mínimo nacional. Esta prática configura uma prática de “Dumping” social e ambiental, onde as primeiras vítimas são as poucas empresas (7.5%) que investiram em sistemas de controlo ambiental, que investiram também em equipamentos de tecnologia de ponta e provavelmente possuem uma melhor gestão de recursos humanos. A existência de uma Inspecção-geral do Ambiente que ignora a existência das empresas, inspeccionando apenas as empresas cumpridoras, faz com que as empresas prevaricadoras não sintam qualquer incentivo em investir em sistemas de controlo ambiental que onerariam a sua estrutura de custos.
No vale do Tejo, o número de empresas que possuem ETAR (53%) é medíocre, apenas nos diz que no cômputo global do país, é nesta região onde estão as empresas industriais de ponta e com os melhores métodos de gestão. Em média, os ordenados pagos no vale do Tejo são superiores aos que são pagos nas restantes regiões industriais.
No entanto este gráfico não nos dá apenas o estado das nossas bacias hidrográficas, ele mostra um retrato regional da indústria Portuguesa. Uma empresa que gera efluentes líquidos altamente poluentes e não os trata é uma empresa que possui uma gestão deficiente, virada para o lucro fácil e rápido, sem respeito pelo meio-ambiente e muito provavelmente sem respeito pelos seus próprios trabalhadores. Em muitas empresas a salário pago é muitas vezes inferior ao salário mínimo nacional. Esta prática configura uma prática de “Dumping” social e ambiental, onde as primeiras vítimas são as poucas empresas (7.5%) que investiram em sistemas de controlo ambiental, que investiram também em equipamentos de tecnologia de ponta e provavelmente possuem uma melhor gestão de recursos humanos. A existência de uma Inspecção-geral do Ambiente que ignora a existência das empresas, inspeccionando apenas as empresas cumpridoras, faz com que as empresas prevaricadoras não sintam qualquer incentivo em investir em sistemas de controlo ambiental que onerariam a sua estrutura de custos.
No vale do Tejo, o número de empresas que possuem ETAR (53%) é medíocre, apenas nos diz que no cômputo global do país, é nesta região onde estão as empresas industriais de ponta e com os melhores métodos de gestão. Em média, os ordenados pagos no vale do Tejo são superiores aos que são pagos nas restantes regiões industriais.
Postal publicado no Café Expresso
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