Francisco Louçã não nos pára de surpreender!
Para alguém que é Catedrático de Economia, seria de esperar que antes de falar se informasse sobre os assuntos sobre que disserta.
De acordo com a TSF, Louçã afirmou que:
"O projecto da linha de alta velocidade deve ter uma incorporação pela indústria nacional» que possa criar empregos directos «pelo menos na ordem de 75 por cento», acrescentou o líder do Bloco".
A % de incorporação nacional não será de 75%, nem 50%, nem 25%, talvez 10-15%, se as terraplanagens e o cimento vier de empresas Portuguesas, se as terraplanagens forem executadas por e se não contarmos com a % de lucro que a empresa Portuguesa líder do Projecto vai por em cima do preço que vai pagar à empresas estrangeiras que efectivamente vão executar o projecto. O resto, balastro, carris, montagem dos carris, pontes e material circulante só pode vir de empresas "certificadas" para a construção de linhas de Alta Velocidade. Empresas certificadas: Só de França e Alemanha, a maioria e algumas Espanholas. Empresas Portuguesas "certificadas" só nos sonhos ...... ninguém gosta de concorrência.
França e a Alemanha é que adoram. Eles ficam com o crescimento económico, nós pagamos as dívidas com o dinheiro que não temos.
"O BE defende que não faz sentido construir duas linhas, uma para passageiros de Lisboa a Madrid e outra ao lado só para mercadorias, por isso defende que se poupem «250 milhões de euros» criando apenas uma linha para utilização dupla".
Esta simples afirmação tem duas calinadas!
Não há transporte de mercadorias a "alta velocidade". No máximo, os comboios de mercadorias circulam a 140-180 km/h, por dois motivos, a integridade das mercadorias e o peso total do comboio. Os comboios de alta-velocidade de passageiros circulam a 300-325 km/h, devido à sua potência aliada ao seu baixo peso (Alumínio + plástico). A presença na mesma linha de comboios com tais diferenças de velocidade é, por razões de segurança, fortemente limitativa do número de comboios que nela podem circular. Em França os TGV, em linhas não dedicadas, estão limitados à velocidade máxima de 250 km/h (+ 30 km/h que o nosso Alfa).
Outra calinada de Louçã, é que uma linha mista (Passageiros + Mercadorias) têm os declives limitados a 1.5 % (subir/descer 1.5m em 100m), por causa do enorme peso dos comboios de mercadorias. Os comboios de passageiros (TGV ou não) por serem mais leves podem transpor declives até 3.5%, o que tem um impacto gigantesco no custo da linha.
Os saudosos Parodiantes de Lisboa tinham uma personagem que Louçã Emula na Perfeição:
O Calinas, figurinha que só dizia asneiras e cujos sketches terminavam sempre com a Frase:
"Ó Calinas cala a boca"
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