Quando foi eleito para o parlamento, um Sr. Deputado sentiu-se muito inferiorizado, pois ter o 12º no meio de tantos "dótores", era sem dúvida um impedimento para a progressão na "Carreira". Sim ele queria progredir na carreira, caso contrário voltaria a contar notas no banco onde anteriormente trabalhava. Um vexame, achava ele, para quem tinha sido "Sr. Deputado da Nação".
Vai daí, arregaça as mangas e matricula-se em "Direito" (evidentemente) numa universidade privada de uma invicta cidade de Portugal.
Mas ser Sr. Deputado da Nação em Lisboa e estudante-trabalhador a 300 Km de distância é uma tarefa deveras dificil, mas isso não atormentava o Sr. Deputado pois aplicaria uma receita dos tempos do liceu, que sempre tinha resultado. Se resultou no Liceu, também resultaria na Universidade. E assim, o Sr. Deputado da Nação preparou afincadamente a sua cábula e ala para o exame que se faz tarde.
Mas quis o destino que na sala estivesse um professor vivaço, que bem cedo topou a marosca do Sr. Deputado e assim este voltou ao parlamento, umas horas mais cedo do que tinha previsto.
Na semana seguinte, quando viu a ousadia dos Srs. Professores ao colocarem "Exame Anulado" à frente do seu nome, na pauta da cadeira, o Sr. Deputado da Nação perdeu as estribeiras e armou uma peixeirada. - "É inadmissível tratarem assim um Deputado da Nação", "vão ouvir falar de mim" etc e tal - O corpo docente limitou-se a encolher os ombros e o Sr. Deputado abandonou de vez essa Universidade e voltou para São Bento com o rabinho entre as pernas.
"Foi tudo uma cabala política", desabafou ele para os seus botões, "tenho de arranjar uma Universidade verdadeiramente independente, para conseguir tirar um cursito".
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