Quem desconheça a História de Portugal pode pensar que nunca o nosso país viveu uma crise como a que hoje atravessamos. Na realidade o que se passa hoje em dia é similar a periodos que Portugal atravessou no passado. Alguns bloguistas fazem citações de Eça, Ramalho, Guerra Junqueiro, que mais parecem ter sido escritas há poucas horas.
No meio do acervo de cartas que me encontro neste momento a estudar, encontrei uma que foi escrita por Alfredo de Magalhães (1870-1957), político da 1ª República, ministro da instrução de Sidónio Pais e Salazar, Reitor da Universidade do Porto e responsável pela construção da maternidade Julio Dinis no Porto.
Em 9 de Março de 1923, escreve ao General Simas Machado a propósito da morte recente de Basílio Teles, da carta destaco a seguinte passagem:
No meio do acervo de cartas que me encontro neste momento a estudar, encontrei uma que foi escrita por Alfredo de Magalhães (1870-1957), político da 1ª República, ministro da instrução de Sidónio Pais e Salazar, Reitor da Universidade do Porto e responsável pela construção da maternidade Julio Dinis no Porto.
Em 9 de Março de 1923, escreve ao General Simas Machado a propósito da morte recente de Basílio Teles, da carta destaco a seguinte passagem:
"Esta gente portuguesa, toda ela, de alto a baixo, vai descendo vertiginosamente os últimos degraus da abjecção. Nada me surpreende. É a miséria integral. Algumas das individualidades que ainda ofuscam os olhos da nossa parvolândia com o esplendor da sua celebridade, tenho-as na conta de malandros da pior estôpa. Com suas falas e maneiras graves, e o competente pigarro da respeitabilidade convencional, elas são o modelo vivo da hipocrisia e da velhacaria triunfante, já se vê - bem comidos e bem bebidos - Modelos que este bom povo, corrompido até ao tutano da alma, vai seguindo e imitando fielmente, com tal ou qual nota de escândalo.[...] Tudo lama! Esperança? Só a tenho no Dilúvio Universal.[...]
Em Política só triunfam os homens de acção, Não basta ter caco. Em Portugal é mesmo preferivel ter cascos ....
Alfredo de Magalhães - 1923
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