30 de outubro de 2004

O Polvo de muitas patas

O Polvo da pedofilia está silenciosamente activo. Sem nos darmos conta os seus tentáculos vão-nos envolvendo, aproveitando o anestesiamento do país com pantominas relativas a homilias dominicais e à descoberta das virtudes agrícolas de putativos “famosos” que se resolveram “exilar” na Baracha.
Os outros “famosos” apanhados na rede pedófila, desdobram-se em entrevistas em todos os tipos de meios de comunicação existentes, faltando só usar o megafone. Num fim-de-semana recente, Carlos Cruz apareceu mais vezes nos meios de comunicação (a vilipendiar os magistrados que tiveram a coragem de o desmascarar) que o ridículo “Conde de White Castle”. Vale tudo para este indivíduo aparecer, até a morte de funcionários da Televisão (mesmo daquele que em vida demonstrava por Carlos Cruz, um profundo sentimento de desprezo).

No outro lado da Barricada, os que mais lutaram contra este poderoso polvo de muitas patas, são sub-repticiamente afastados, por “promoções”, como aconteceu a vários elementos da PJ que investigaram este caso, através de jogadas feitas por aqueles a quem nós pagamos para defender as vítimas (esquema desmontado e explicado pela Grande Loja), quer através das mais básicas pressões intimidatórias como aconteceu ao nosso companheiro da blogoesfera, António Caldeira, do Portugal Profundo, pessoa que tem lutado com todas as suas forças contra o golpe de estado encapotado que está em curso na sociedade Portuguesa.

“Sete horas, ainda de noite. Bateram à porta. Sem medo, ainda meio estremunhado, abro. Três vultos. O primeiro diz:- "Polícia Judiciária de Leiria. Temos um mandado de busca da sua residência".

[…] À mesma hora, dois agentes batem à porta da casa da minha mãe, septuagenária. Perguntam-lhe se ela é minha mãe e identificam-se. Minha mãe informa que aquela não é a minha residência desde há 11 anos, mas os agentes prosseguem. Efectuam uma busca a todas as divisões da casa, inclusive as casas de banho. Vêem um computador velho, sem ligação à Internet, no quarto de hóspedes e hesitam. Telefonam para alguém e acabam por o levar.[…]
[…] Pedem-me documentação relacionada com o processo da Casa Pia. Reúno alguns papéis e vou abrir o computador para lhes mostrar as pastas onde guardo o que edito. Fecham-no de imediato e justificam-se com a existência de comandos que permitem a formatação do disco rígido... Dizem que têm ordens para apreender o computador (o corpo do delito?...) – não apenas o disco rígido. No computador, instrumento do meu trabalho de professor, vai a minha tese de doutoramento, lições, exames, notas, documentos profissionais e pessoais, correspondência […]”


Este é o seu relato na primeira pessoa. Provavelmente aqueles que ousaram levantar a voz contra os “direitos” da classe poderosa, mais tarde ou mais cedo serão objecto de idênticas pressões.

Os “grandes”, que pela primeira vez foram acossados, estão agora a ripostar parecem uma manada de “elefantes” em fúria perseguindo os “Ratos” que ousaram interromper o seu banho de lama, onde estavam bem enterrados até ao pescoço.
Nesta semana foi António Caldeira, quem será o próximo.

Não nos podemos calar com aquilo que se está a passar no nosso país hoje em dia. Por este andar a blogoesfera será o último bastião onde a liberdade de expressão poderá ter lugar. Os “paquidermes” sabem isso muito bem, por isso é que já a estão a atacar, seja com mandados de busca, seja com outros blogues que apregoam falsas moralidades.
Urge combater esta ameaça à nossa liberdade. Não nos calarão

No Pasarán

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