Anteontem o Afixe publicou aquilo que auto-denominou de Exercício de estilo, subordinado ao tema “As liberdades e a Blogoesfera”.
Neste “exercício de estilo“ o Afixe verborreia contra o Portugal profundo, dizendo que este blogue servirá no futuro de justificação para que uma hipotética ofensiva governamental para encerrar a blogoesfera.
O "exercício de estilo" está cheio de mensagens subliminares
“ […]Este blogue, atentem bem, e blogues de semelhante cariz, hão-de, mais cedo ou mais tarde, acabar com a blogosfera. Dar a desculpa necessária, a quem dela precisa e por ela porfia[…]”
ameaças veladas
“[…]sempre que o homem abusa da liberdade que lhe é dada, o passo seguinte é ser encarcerado numa teia de restrições[…]”
e ordens
“[…]o Paulo Querido e o Luís Enes têm tudo na mão para alcançarem esse desiderato.[…]” (desiderato = negar o acesso a blogues que não sejam da simpatia do Afixe
o “exercício de estilo” continua com propostas limpeza:
[…]Temos, e por aí passa a nossa defesa, de nos auto-regulamentar, excluir do nosso seio (agora pareço um padre) os pecadores[…]
E quem é pecador? É você quem define?
“[...]Falando sério, quando chegar a hora da verdade, tem que estar na nossa mão, pronto a apresentar, um regulamento, um conjunto de normas que prevejam e estatuam. Volto a repetir, a liberdade plena só existe como conceito e utopia. A liberdade que os homens, porque são homens, podem exercer, tem que ter algumas limitações. Só assim podemos apresentar uma comunidade limpa[...]”
Que normas? Que limitações? Com que critérios?
As suas? As dos Barnabés? As do Manuel Azinhal? Já agora, e porque não, as minhas?
Para mim este “exercício de estilo” não passa de censura com outro nome. Este “exercício de estilo” é escrito por um lobo que usa uma pele de cordeiro
Será que se o Portugal Profundo publicasse peças processuais sobre elementos de outra cor politica, você ficaria tão indignado?
Ou talvez o Afixe se sinta indignado porque pertence às castas de intocáveis do nosso país. Castas essas que, até agora, gozavam de total impunidade que se encontra ameaçada pela recente ofensiva da justiça (Moderna, Casa Pia, Vale e Azevedo), que curiosamente começou quando certo “Arquivador Geral” foi reformado para Bruxelas.
Que as atitudes do Portugal Profundo sejam criticáveis?
Claro que são, e esse blogue, permite a quem não concorde com ele, que o expresse na caixa de comentários, até hoje o António não apagou nenhum, ao contrário de outro blogue tido por referência, pelo Afixe.
Para mim o Barnabé é tão credível quanto o Fascismo em rede, ambos têm o mesmo amor pela “liberdade” e a “democracia” e opiniões distintas das suas.
A essência da Blogoesfera é a sua diversidade de opiniões, é isto que a torna interessante e é isto que a torna temida pelos poderes instituídos (Imprensa inclusivé).
Na blogoesfera tem de caber toda a gente, do Racismo esquerdista Anti-semita da Fadista Valéria ao Racismo anti-negros dos neo-nazis. Da extrema-esquerda anti-democrática à extrema-direita fascista, dos traidores pró-Hipânia aos nacionalistas Anti-Castela.
Destes “exercícios de estilo” estou eu farto, não bastou já a censura na 1ª, 2ª e o primeiro ano e meio da 3ª República e ainda querem mais?
3 de outubro de 2004
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