A propósito de um postal do Repróbo sobre o Minho, no qual ele publicou excertos de um livro de Christian de Caters, eu aproveito para ilustrar o seu postal com uma fotografia dos meus arquivos, tirada nos anos 20 do século passado, quando a indústria turística ainda não tinha colocado a "canga de ouro" no pescoço das lavradeiras de Viana.
Lavradeiras - Afife 1928
Sobre o Traje à lavradeira, escreve Leite de Vasconcelos em 1917.
Para a igreja, principalmente em dias solenes, o trajo muda: calçam chinelas pretas com um laço na parte superior e as mais das vezes são cheias de ramalhetes de algodão de várias cores; meias de cor, geralmente tecidas por elas; vestem quatro e cinco e quantas vezes seis saias brancas de linho com folhos de morim, com um pequeno bico de croché; por cima destas, um saiote de pano vermelho com duas barras estreitas de veludo preto e, por cima de tanta saia e saiote, vestem a saia de baeta preta, também com barras de veludo, avental do mesmo tecido com um folho de cetim, chambre de cor com guarnições garridas e lacinhos na frente; três, quatro e cinco fios de contas,grilhões em enormes medalhas de ouro, onde colocam os retratos dos seus “tones” (namorados). Das orelhas pende um ou dois pares de argolas grandes.
O penteado é com uma poupinha à frente, muito brilhante devido à banha de porco que elas usam, caindo sobre a testa caracóis ou cachos, que elas fazem com o auxílio de um rabo de garfo; lenço na cabeça completamente variado nas suas cores e cheio de enfeites.
Qual a origem do lenço que as lavradeiras usam na cabeça?
Será que a Cristina sabe?
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