27 de outubro de 2009

Mau escritor

Já faz muitos anos que risquei Saramago da minha lista de "escritores".
Por este motivo nem sequer vale a pena escrever sobre as asneiras que recentemente tem dito.

Infelizmente parece que há gente muito bem intencionada que continua a cair na truque publicitário montado por este alinhador de palavras e sua mulher, Pilar "Gattai".
O resultado, como não podia deixar de ser é o engordar da conta bancária deste comunista que não leu "O Capital".

Sobre o que muito se escreveu apnas destaco duas opiniões insuspeitas:
Saramago falou sobre a Bíblia de uma maneira que, seja-se ou não crente, não é intelectual-mente séria. Não foi apenas chamar-lhe “manual de maus costumes” e “catálogo de crueldades”. Foi também ter dito que o Génesis tinha “coisas idiotas”, exemplificando: “Antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”. A pergunta é que não tem nenhum sentido! É o grau zero da crítica religiosa ou mesmo literária. O que não seria dito se alguém analisasse “O Memorial do Convento” desta maneira tão tosca?

Carlos Fiolhais, pessoa insuspeita de professar aquilo que Saramago considera ser crime "Crença religiosa", que no seu blog.

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As críticas de Saramago são unicamente banalidades superficiais, que revelam uma profunda ignorância da filosofia e da religião ocidentais e uma total incompreensão da linguagem poética e narrativa de desde há mais de três mil anos. Só quem ignora tal herança, jornalistas e responsáveis religiosos incluídos, poderia tornar o patético desabafo do romancista numa tal polémica. E, para mim, essa foi a parte mais desanimadora e mais perturbante de toda esta "inventada" notícia: descobrir que na sociedade onde vivemos, entre os seus membros mais ilustres e cultivados, possa prolongar-se tão lastimosa ignorância de uma parte importantíssima do legado civilizacional da filosofia e da cultura ocidentais.
Richard Zimmler no Público de Hoje.

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