17 de outubro de 2008

O Sub-Prime futebolístico

O crescimento da economia Portuguesa foi, tal como a mundial, resultado de uma alavancagem baseada em financiamentos bancários a juros baixos.
Até há uns 18 anos, a grande maioria dos portugueses tinha de juntar dinheiro para poder pagar um simples televisor, ou qualquer outro electrodoméstico. Férias no Brasil apenas existiam em sonhos.
Nesses tempos também a presença da selecção em fases finais acontecia, tal como as férias no Brasil, nos nossos sonhos. 

Nesses tempos disputávamos as fases de qualificação taco a taco, e perdíamos, com equipas como a Escócia, Áustria e Irlanda do Norte ou a Bélgica. E no final das fases de qualificação apareciam os inenarráveis matemáticos da bola, com as suas máquinas de calcular a falar-nos das hipóteses que tínhamos em chegar ao sonho da fase final.

Mas depois tudo se alterou o crédito fácil permitiu aos portugueses comprarem toda a panóplia de electrodomésticos, os necessários e os supérfulos, e realizar o sonho das tais férias no Brasil.
E era tudo muito democrático, só se era alguém, se se fosse de férias a Punta Cana Riviera Maya e Koh-Samui.

Também na bola se assistiu ao realizar dos sonhos A presença em fases finais passou a ser um dado adquirido e os matemáticos do pontapé e do "moralmente ganhamos" ficaram desempregados. Com Scolari passamos a ser uma potência, se bem que vencida numa final, mas isso até tinha acontecido à Laranja Mecânica de Cruif. Éramos grandes.

Mas em 2008 os balões rebentaram!

Não há mais dinheiro para as férias no Brasil, para o plasma, para o carro e nem para a casa. O pais voltou ao que era. O teatro acabou!

Quase a entrar em depressão, os Portugueses constatam, horrorizados, que até a própria selecção, onde se depositavam os os restos do orgulho nacional, regrediu aos tempos antigos, a disputar jogos taco-a-taco com selecções de segunda e terceira, e a voltar-se para a "matemática".

A festa acabou!

A selecção voltou a estar à altura do país.

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