30 de novembro de 2006

A “Caixinha” dos Jornalistas

João Pedro Henriques (JPH) está pesaroso pelo facto do governo Socrates acabado com o sub-sistema de saúde dos jornalistas. Segundo JPH pelo mesmo dinheiro anterior, agora tem um serviço de inferior qualidade.
Depois da Caixa de Previdência dos Jornalistas fechar continuarei a descontar o mesmo. Em troca receberei um serviço pior do que recebo.”

Pois é caro JPH, quando foi o sub-sistema dos militares ou o dos bancários, os jornalistas deram grandes contributos para o seu fim, quer através da divulgação de notícias, quer através de investigações onde descobriam mais um sub-sistemazito que aumentava o deficit, agora virou-se o feitiço contra o feiticeiro e os próprios jornalistas foram engolidos pelo monstro controlador de despesas.

Os jornalistas, nos últimos anos travestiram-se de virgens impolutas e atacaram o corporativismo dos juízes, dos delegados do MP, dos professores, dos militares, dos polícias, dos farmacêuticos, dos advogados e dos médicos. Apenas uma classe profissional lhes escapou à lupa - Eles próprios!!

Os jornalistas, como qualquer corporação, são um espelho da nação. Existem os bons e os maus, os que sabem escrever e os analfabetos, uns seguem à risca as regras da ética, outros vendem-se por dez reis de mel coado.
Mas quando um é atacado todos cerram fileiras, como boa corporação que são.
O exemplo mais recente foi o “caso envelope 9” onde 2 jornalistas, dos que se vendem, publicaram os titulares de números de telefones confidenciais. Quando o MP avançou, caiu o Carmo e a Trindade, os 2 jornalistas deixaram de ser “uns vendidos” e passaram a ser “do melhor que há” e o jornal foi promovido a “Diário de referência”, pelos mesmos jornalistas que no dia anterior o apodavam de “Pasquim Imundo” e tinham vergonha da sua existência.

Na sociedade Portuguesa não existem virgens impolutas, a única que por cá passou apenas se demorou alguns meses na Cova da Iria e até hoje não voltou.
Fica bastante mal a uma classe corporativa tentar afirmar uma superioridade moral que não possui nem nunca possuirá. Nem ela nem outra qualquer, e quando os “jornalistas de política” acham que o “de” é supérfluo e o deixam cair, transformando-se em “jornalistas políticos”, com link directo ao programa de governo no Blog, “Amargos de boca” acontecem com bastante frequência.

É triste descer à realidade e descobrir que afinal somos todos comuns mortais

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