15 de outubro de 2005

Bairros Sociais - O Caramão da Ajuda

Riscados da história da arquitectura portuguesa, pelos seus historiadores oficiais “politicamente correctos”, tal como Graça Dias, que tenta, sem sucesso felizmente, impor projectos como Torres de 100 m de altura na Avenida da Liberdade e de 300 m em Almada.
Os bairros sociais de Lisboa concebidos e construídos pelo Estado Novo, são hoje em dia, pese embora o pequeno tamanho de suas moradias, umas das melhores zonas para se habitar na Capital de Portugal.

Hoje proponho uma pequena visita ao Bairro do Caramão da Ajuda, construído na encosta de Monsanto virada para o Tejo, acima do Restelo, escondido a norte pela mata de Monsanto e a sul tapado pelas horríveis e inestéticas Torres do Restelo.

Este Bairro é composto por moradias individuais às cores de dois pisos, com cerca de 100 m2 de implantação, exalando um ar de organização pouco usual nas nossas cidades. Este Bairro foi desenhado pelo Arquitecto Luís Benavente em 1938, e construído entre 1940 e 1945.

A concepção deste bairro, tal como dos restantes (Madre de Deus, Alvito, Encarnação) seguia uma linha na qual, a integração das camadas mais baixas da sociedade era uma prioridade. Uma vez que a classe operária de então era oriunda dos meios rurais, pelo que a concepção deste Bairro reproduz numa grande cidade a vivência da pequena Aldeia, a que os seus ocupantes estavam habituados, tal como afirma a publicação "Casas Económicas" do Secretariado da Propaganda Nacional em 1943:
“A felicidade dos trabalhadores que habitam as pequenas casas que constituem os bairros económicos, revela-se no carinho com que ornamentam e arranjam o interior das suas casas e tratam das pequenas hortas e jardins, que dão aos agrupamentos das moradias um ar sadio e cheio de alegria.”

O objectivo resultou em pleno e hoje em dia o Bairro do Caramão da Ajuda, já não tem funções sociais pois a qualidade da sua concepção fez com que seja muito procurado pela classe média/alta.
O bairro do Caramão da Ajuda encontra-se, segundo o IPPAR, em vias de classificação

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo em absoluto, uma das melhores zonas para se viver em Lisboa.

AD

Miguel Santos disse...

Uma questao porque e que em lisboa seja onde for, predios de 100 ou 50 metros..ou 300 metros sao sempre sem exepcao considerados feios, horriveis, inesteticos, indesejaveis,etc? Portugal parece andar sempre na direcao oposta ao que seja moderno,nunca percebi porque