30 de março de 2006
Força Catarina!
26 de março de 2006
Recordando: Hospital de Arroios
Este é o estado actual do Hospital de Arroios, à praça do Chile, em adiantado estado de degradação, aguarda andrajoso, o camartelo que o transformará em mais um condomínio privado, conforme já foi referido aqui e aqui.
Antigo convento e colégio da Companhia de Jesus, transformado em Hospital em 1890, o Hospital de Arroios, dependendo do Hospital dos Capuchos foi, entre 1919 e 1925, o Hospital que acolheu e tratou milhares de militares mutilados e feridos na 1ª Guerra Mundial, com graves problemas de locomoção.
O meu avô Rogério (2º a contar da esquerda na fila de cima), ferido em combate a 18 de Abril de 1918 foi, apesar de tudo, bafejado pela sorte. Após 0 dia 9 de Abril, a estrutura militar Portuguesa tinha deixado de existir e com ela os hospitais de campanha, que pouco mais eram que açougues infectados com febre tifoíde, onde os médicos tentavam salvar vidas sem terem os mínimos meios para o fazer, por isso o meu avô, foi assistido num Hospital Canadiano e na rectaguarda, a sua perna foi salva graças a um enxerto ósseo colocado por um cirurgião Inglês.
Entre 1919 e 1923, o Hospital de Arroios foi a sua casa. Nele consolidou o enxerto ósseo, reaprendeu a andar e assim voltou à vida activa, carregando no seu andar e para toda a vida, a lembrança daquele dia de primavera de 1918.
Para alêm da medicina, no Hospital de Arroios preparavam-se os mutilados para o seu díficil retorno à vida activa. A importância dada aos trabalhos agrícolas refectia duas situações. A importância que tal actividade tinha na estrutura económica de então
e o simples facto de que os soldados que aguentaram a lama na Flandres, que se expuseram ao fogo alemão, provinham das camadas mais baixas da sociedade portuguesa, analfabetos e com muito pouca instrução, aguentaram dois anos na lama da Flandres, completamente abandonados e entregues a si mesmos, pois a grande maioria dos oficiais, ou tinha arranjado uma licença só de ida para Portugal, ou passeavam-se nas esplanadas solarengas de Paris-Plage longe do tifo que grassava nas trincheiras.
Tentando dar um mínimo conforto a quem durante dois anos viveu num inferno.
Inferno esse, cuja lembrança carregaram no corpo para o resto de suas vidas.
20 de março de 2006
Clássicos II - Showboat
"Showboat" é uma história passada nos anos 80 do século XIX, sobre os encontros e desencontros da vida, à volta de um "showboat" - barco a vapor que subia e descia o mississípi apresentando espectáculos nas povoações ribeirinhas. A peça estreou em 1927, montada pelo famoso empresário Ziegfeld.
Em 1951 conheceu uma adaptação memorável para cinema, com Katarin Grayson, Ava Gardner e Howard Keel.
Mas de Obra-Prima e fundadora do musical americano , Showboat passou a pária. O facto de nele existirem músicas com os chamados "Chorus slaves" que retratavam a vida das populações de negros do Mississípi como no próprio coro de abertura:
"Niggers all work on the Mississippi.
Niggers all work while the white folks play-
Loadin' up boats wid de bales of cotton,
Gittin' no rest till de Judgement Day"
Desde há 20 anos atrás que qualquer tentativa de reposição desta obra-prima depara com a oposição das, eufemisticamente, chamadas "Minorias étnicas".
O ódio é tão grande que nem mesmo versões politicamente correctas, nas qual o termo "nigger" é substituído por um hilariante "Colored folk" são aceites.
Mas como eu me estou nas tintas para o que as "minorias pensam, aqui vai o grande tema de Showboat - Ol' man river, na interpretação de Paul Robeson, considerada a melhor.
19 de março de 2006
Clássicos I - Oklahoma
No filme sempre achei que Christopher Plummer era um erro de casting e nunca fui apreciador da pose higiénica de Julie Andrews, apesar de esta ter sido a vítima da maior injustiça de Hollywood, quando a preteriram, em favor de Audrey Hepburn, no papel de Eliza Doolitle.
Na versão cinematográfica, Audrey apenas mexe os lábios, a voz era de Marni Nixon, especialista em dobragem de estrelas de Hollywood sem grande voz para cantar, tal como já tinha acontecido com Deborah Kerr em "O rei e eu" e com Marylin Monroe na música "Diamonds are the girls best friends" onde Marni colmatou a falta de escalas de voz das "estrelas".
Mas não há duvida que "Musica no Coração" é um bom Clássico, mesmo considerando que não é o melhor de Rodgers &Hammerstein. O melhor deles é sem dúvida "Oklahoma"
Oh! What a beautiful mornin'
Oh! What a beautiful day
I've got a beautiful feeling
everything is going my way
Outros tempos sim senhora, tempos em que os "Cowboys", mesmo os que cantavam, não "partiam a espinha"
Retratos de "Árduo" trabalho, em Portugal
18 de março de 2006
Retratos de "Árduo" trabalho, no mundo
Ontem nos States, hoje em Londres, amanhã no Porto e depois em Paris.
A cansativa vida de um conferencista.
16 de março de 2006
Travessia
No Minho atravessava-se o Lima em Barco do Porto, Serreleis, a menos de 10 Km de Viana.
13 de março de 2006
No tempo em que as "Top Models" não falavam
Só deus a poderia ter criado.
11 de março de 2006
QUARENTA
A partir de hoje entro definitivamente nos "entas"
Já se passaram 40 anos desde que vim ao mundo.
Tão rápido o tempo passa que até parece que não dispomos de tempo para o viver como ele merece.
Valeu a pena?
Claro que valeu. E vale!
Pela Família;
Pelos amigos;
Enfim por tudo!