5 de janeiro de 2011

Espingardas de Vidro

Há uns anos atrás, sempre que abrissemos a Revista do Expresso, viamos em duas páginas um anúncio ao BPP, escrito pelo então deputado Manuel Alegre.
O texto do anúncio, devidamente assinado pelo próprio punho do vate deputado, começava assim:

"Fui às compras com o Dinheiro, porque esse, ao menos, sabe fazer contas. Passei por uma espingardaria, vi um par de Purdeys muito bonitas, essas armas que há muito são o meu sonho[...]
[...] O vencimento de um deputado é uma pelintrice, se não dava para os charutos do outro, como é que queres que dê para as Purdeys?[...]

Mesmo sabendo que aos deputados estava vedado o exercício da publicidade, o vate deputado embolsou o dinheiro devido pela sua prestação comercial. Dinheiro esse que mais tarde, e depois dos protestos, encaminhou para uma causa qualquer.

Há dois anos atrás, Miguel Abrantes, hoje apoiante do "Poeta candidato" escreveu o seguinte:



O caso BPP não parece configurar um crime da dimensão do BPN, mas ao contrário deste, no BPP existem milhares de aforradores quer têm as suas poupanças de toda a vida de trabalho congeladas.

Quantas centenas (ou milhares) de Portugueses colocaram as suas poupanças no BPP, ao lerem a prosa do poeta deputado?
Quantos milhões de euros foram depositados no BPP com a ajuda inestimável de Manuel Alegre?

Até hoje, o Poeta Candidato, nem sequer teve a hombridade de pedir desculpas às centenas de pessoas que o seu nome, que parto do princípio sem ser sua intenção, ajudou a ludribiar.

Como pode um homem destes aspirar a ser o Presidente de República?

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