18 de fevereiro de 2008

Novo Estado

E ontem a província do Kosovo lá proclamou a sua secessão da Sérvia. Nada que não se esperasse há muito. Entre reacções de agrado e desagrado, registo que entre as notáveis personagens que hoje estão contra a secessão do Kosovo, se encontram aqueles que há 30 anos atrás rejubilaram com a independência de países como São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Não estou aqui para dar lições de moral. A esmagadora maioria da população do Kosovo deseja a secessão, são etnica, linguistica e religiosamente diferentes dos Sérvios, por muito menos que isto houve, no passado, outras secessões.

Agora o reverso da medalha.

A Sérvia não vai abdicar, e se mantiver o sangue frio poderá mais tarde voltar a reocupar a província rebelde, se as circunstâncias se tornarem favoráveis, o que é muito provável a médio longo prazo.
Notem que até agora não me referi a "independência". Fi-lo por dois motivos. O primeiro é porque o Kosovo vai ser gerido pela União Europeia, por isso é mais correcto chamar ao Kosovo de "Província da União Europeia".
Em segundo lugar porque os Kosovares não querem ser independentes. Querem sim, unir-se à Albânia.
Por isso acho que Portugal não se deve meter muito nesse vespeiro balcânico, é melhor assobiar para o lado e fazer de conta que não é nada connosco.

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