13 de novembro de 2005

A minha Visão da França – A (des)integração Muçulmana

A generalidade dos meios de comunicação tem vindo a papaguear que a guerrilha urbana em França foi provocada pela não integração da comunidade de origem árabe e muçulmana. De acordo com estes meios de comunicação, esta responsabilidade pertence por inteiro à França, Branca e Católica, sendo os muçulmanos considerados uns pobres inocentes.

Este tipo de afirmação é profundamente redutor e a sua consequência é o aumento da simpatia pelas ideias de Le Pen na classe média que se sente insultada pelos meios de comunicação e demais classe política.

É certo que de uma maneira geral, os Franceses são “Chauvinistas” e não vai muito “à bola” com estrangeiros. Mas haverá algum país que não o seja, sobretudo aqueles de onde os emigrantes são oriundos?

Portugueses em Bidonvilles (Anos 60)

A própria comunidade Portuguesa em França foi, no início ostracizada, mas esse ostracismo existiu apenas enquanto os Portugueses ocuparam a escala mais baixa do tecido social francês. A partir de meados dos anos 70, a progressiva melhoria da sua condição económica, a sua diluição no meio das urbes de França e a melhoria das capacidades no domínio da língua francesa integraram-na completamente na vida francesa. Para ajudar ainda mais a sua integração, os seus filhos eram baptizados com nomes franceses, sendo hoje plenos cidadãos do hexágono, com provas de cidadania dadas, não sendo tratados de maneira diferente dos franceses de várias gerações.

Portugueses em Bidonvilles (Anos 60)

A comunidade islâmica, na sua grande maioria, adoptou o percurso inverso. Guetizaram-se, rejeitaram a cultura Francesa e hoje a 3ª geração continua a chamar-se Abdel, Moahmed e Aziz, numa clara recusa da integração na sociedade Francesa.

A praga do Multiculturalismo ajudou, e muito, ao problema que hoje se vive. Esta perniciosa ideologia cultural desculpabiliza todo e qualquer comportamento menos próprio de qualquer comunidade não branca e não cristã (O inverso já não acontece), permitindo a continuação de práticas medievais, atentatórias da própria cultura do país de acolhimento, tais como a negação de direitos às mulheres.

Afirmar, como afirmam os meios de comunicação, que todos os muçulmanos são vitimas, é reveladora de uma enorme cegueira e não faz mais que atirar gasolina para uma fogueira.

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