8 de outubro de 2004

Pérolas da Gestão Autárquica - Quero uma ponte só para mim

A autarquia de Caminha (Bela terra da foz do Minho) orgulha-se desde há uns anos a esta parte do seu "Ferry-Boat" - é maior e mais bonito do que aquele que operava até este verão na vizinha autarquia de Vila Nova da Cerveira. Este empreendimento custou uns milhõezitos e os gastrónomos lusos agradecem, pois assim evitam uma longa viagem para os restaurantes de A Guarda e Bayona. Sentimento este que é reciproco do lado de lá da fronteira.
Com excepção deste turismo especializado, pouca gente mais, utiliza este empreendimento.

Para que o "ferry-boat" possa operar é necessária a presença constante de uma draga para manter o canal navegável. Quando a draga avaria é uma dor de cabeça chegar à Guarda, pois o ferry pára. Facto que ocorre constantemente, chegando mesmo a estar parado durante meses.
Quando a ideia foi apresentada, especialistas alertaram para este facto, mas o autarca de Caminha, achou que de hidraúlica, quem sabia era ele e mandou prosseguir a obra.
Os mesmos especialistas alertaram para o facto de o canal, transversal ao sentido da corrente, ia fazer com que as areias se depositassem no estuário não saindo para o mar a quantidade de areia suficiente para alimentar as praias das imediações.

O resultado está à vista, a praia de Moledo perdeu mais de metade do seu areal, e na maré cheia as ondas já batem no muro do passeio maritimo. Se a situação se mantiver, daqui a uns anos a praia de Moledo será apenas uma mera recordação.

Mas este verão abriu uma ponte nova em Cerveira e vai daí, a edil de Caminha, Júlia Paula de seu nome, resolveu parar a leitura do seu jornal (Dizem as más linguas que é a única actividade que realiza no seu gabinete) e afirmar que o que Caminha necessita (Prioridade das prioridades, como não podia deixar de ser) é de uma ponte, para ligar a vila à outra margem do rio, fundamental para aproximar o povo Português do Galego (Nota: E ter uma ponte maior que a da autarquia vizinha).
Importa referir, como já afirmei na
Velha Floresta, esta autarquia possui captações de água superficial, para abastecimento público, sem qualquer espécie de tratamento que garanta uma qualidade constante da água, fornecida aos seus munícipes, pelo que atribuir a prioridade de investimento a uma ponte é um bom sinal da qualidade desta autarca.

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