5 de janeiro de 2006

Soares - Le Président Soleil?

O meu grande amigo António Caldeira, alerta a blogoesfera sobre uma atitude, no minimo pouco ética e imoral, mas que provavelmente será mesmo criminosa, feita por Mário Soares.

Mário Soares levou para uma caixa-forte, do tamanho de uma uma sala, de porta blindada e pega rotativa, na Casa-Museu João Soares - hiperbolicamente designado de "galeria de ofertas" - , uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da República Portuguesa, durante os seus mandatos, entre os quais se incluem jóias e outras peças de gabarito, que alguns visitantes de confiança já viram e de que, numa pequena parte, o sítio da Casa permite entrever.
Ora, uma coisa são as ofertas pessoais ao cidadão
Mário Alberto Nobre Lopes Soares e a sua esposa Maria de Jesus Simões Barroso; outra coisa, de natureza moral e jurídica diversa, as ofertas oficiais ao órgão de soberania Presidente da República.
Algumas questões claras:
1. É legal que Mário Soares fique na posse das ofertas oficiais que foram feitas ao Presidente da República Portuguesa, nessa qualidade institucional e não ao cidadão?
2. Não são essas peças oferecidas oficialmente ao Presidente da República propriedade do Estado?
3. Não deviam estas peças estar no
Museu da Presidência da República como estão as dos seus antecessores e também de Jorge Sampaio?
4. E se esse comportamento for legal, é ético?
5. E se for ético, é moral?

António Caldeira, remata, relembrando a origem dos fundos que permitiram constituir a tal Fundação Mário Soares

Há em Mário Soares uma associação promíscua, absolutista e anti-democrática, da sua pessoa e do Estado. Essa promiscuidade, como se de um Presidente-Sol se tratasse, tem como exemplos, além deste que hoje torno público, alguns negócios da sua Fundação com o Estado - o arrendamento pelo Estado de um gabinete na sua Fundação para um escritório do ex-Presidente da República... Mário Soares; o subsídio de 500 mil contos do Governo Guterres para a instalação da Fundação, num prédio cedido da Câmara Municipal de Lisboa que lhe foi arranjado pelo seu filho João, na altura vereador da Câmara de Lisboa; o protocolo por 10 anos (celebrado em 1995) de subvenção da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o filho era vereador da Cultura; além de outros subsídios controversos - e até o policiamento permanente (24 horas por dia) das suas várias casas (Campo Grande, Nafarros, Vau) pela PSP.
Publicado também em "O Eleito"

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