31 de dezembro de 2005
Jaz morta e apodrece
Esta rejeição, motivada por "Falta de certificados de eleitor", documento emitido pelas Juntas de Freguesias, traz-nos à memória o pior da 1ª república, onde as juntas de freguesia só emitiam atestados de residência (Documento necessário para o recenseamento eleitoral) a quem pertencesse ao partido que a controlava.
Nunca nesta 3ª Republica, um cidadão não comprometido com o Polvo Partidário, conseguiu que ver uma candidatura sua aceite pelo Tribunal Constitucional.
É estranho.
É imoral.
É uma farsa.
E poderá muito bem vir a ser letal
Pobre República que Jaz morta e apodrece.
Publicado também em "O Eleito"
Habemos GALP?
29 de dezembro de 2005
Ostracizado mas não esquecido
Chamo a atenção a uma excelente sintese biográfica sobre uma das mais importantes personalidades da segunda metade do Séc. XX português - O Professor Marcello Caetano, escrita no Portugal Contemporâneo.
Para nos apercebermos da grandeza intelectual deste homem, basta dizer que em 30 anos de Democracia ninguém o conseguiu suplantar no Direito administrativo, cujo livro que escreveu continua a ser a biblia de quem quer entender alguma coisa sobre esta área do Direito.
Para além do Direito, Marcello Caetano dedicou-se também à história medieval Portuguesa, sendo os seus escritos sobre as cortes de 1254 e 1385, obras de referência a nível mundial.
27 de dezembro de 2005
Pequenas reflexões sobre eleições em Portugal
[Eça de Queiroz, in Distrito de Évora, 14 Março de 1867]
Não podia estar em maior desacordo com a aplicação deste texto de Eça de Queiroz, à actual situação de Portugal. As situações não são comparáveis.
Na primeira República o panorama foi muito pior, o recenseamento era mais restrito. Nas eleições de 1913 apenas existiam 400 000 eleitores recenseados (menos de 50% que em 1894, para uma população 50% superior) e a taxa de abstenção foi de 62.5%, (150 000 votos expressos) nas restantes eleições o número de cidadãos recenseados nunca ultrapassou os 600 000, excepção feita ao consulado de Sidónio Pais em que o número de cidadãos recenseados chegou aos 900 000, com uma taxa de participação de 57% (510 000 votos expressos) – mas convém referir que nesta eleição, os boletins de voto apenas continham uma única opção, Sidónio Pais!
Nada mau para um regime que gritava: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Durante o Estado Novo, foi o que se sabe, as eleições eram uma fantochada, em tudo semelhante às eleições da 1ª República.
Até ao 25 de Abril, o texto de Eça, escrito em 1867 assenta como uma luva (No Parlamento não está a representação nacional, está a representação oficial […] Aquela representação não é nacional, é ministerial: não representa o povo que a rejeita e que a censura, representa simplesmente os homens que lhe dão os cargos opulentos e os estipêndios largos)
A partir de 1975, o panorama mudou totalmente, o recenseamento eleitoral não possui qualquer restrição (apenas a da idade) é obrigatório por lei, e as eleições são inteiramente Livres.
A partir de 1975 o Parlamento eleito, é-o por todos os Portugueses sem excepção. Quem não se dá ao trabalho de se deslocar às assembleias de voto, para exercer o seu direito, não pode vir depois criticar, que os Deputados são preguiçosos, não fazem nenhum, são de péssima qualidade, etc. e tal.
Isto não quer dizer que o sistema seja perfeito, longe disso!
A representatividade actual não é a ideal, certas figuras de cartaz, são-no até ao dia das eleições, pois a seguir rumam aos seus postos bem remunerados e deixam a cadeira a algum funcionário partidário desconhecido.
O sistema actual gerou Políticos incompetentes, mas nós Portugueses, continuamos eleição atrás de eleição, a votar nesses mesmos incompetentes, dizendo entre dentes “eles são todos iguais”, e suspirando que num dia de nevoeiro, alguém caia de pára-quedas e tome as medidas há muito ansiadas, mas nunca desejadas pela Nação.
O que se pode ainda dizer é:
No Parlamento está a representação nacional, mas esta representa simplesmente os homens que lhe dão os cargos opulentos e os estipêndios largos!
Publicado também no "O Eleito"
26 de dezembro de 2005
O Dito-por-não-dito
23 de dezembro de 2005
15 de dezembro de 2005
Fotografias Potemkine
A página assinalada por Pacheco Pereira é referente a uma exposição da colecção Prokudin-Gorskii, exposta na Biblioteca do Congresso em Washigton.
Apanha do Chá - Chavka (Crimeia)
As fotos foram tiradas entre 1907-1910, ou seja, poucos anos antes da revolução Bolchevique destruir a Santa Rússia, são a versão fotográfica da “Aldeia Potemkine”, pois mostravam ao Czar, que se mantinha fechado no Hermitage de São Petersburgo ou em Tsarkoie-Selo, um país faz-de-conta, pois debaixo da aparente serenidade que irradia das espectaculares imagens de Prokudin-Gorskii, escondia-se uma miséria social que chocou o ovo da serpente Bolchevique.
Aldeia de Kolchedan (Urais)
O termo “Aldeia Potemkine “, teve a sua origem numa Visita à Crimeia que a Czarina Catarina II, a grande, realizou em 1787.
Reza a história que o Principe Potemkin, na altura Primeiro-ministro e líder da campanha militar que conquistou este território para o Império Russo, mandou erigir dezenas de povoações, cujas casas se limitavam a fachadas aparentemente ricas, ao longo das margens inóspitas do rio Dniepr, com o objectivo de a Czarina acreditar na grande riqueza do novo território e assim engrandecer Potemkine aos seus olhos.
Hoje em dia, os modernos historiadores, duvidam que isto tenha realmente acontecido.
No entanto, esta história entrou para os mitos urbanos e o termo “Aldeia Potemine” usada em contexto político, refere-se a qualquer construção falsa, física ou figurativa, destinada a esconder uma situação pouco edificante ou potencialmente danosa para alguém ou a transmitir uma imagem completamente oposta à realidade.
13 de dezembro de 2005
Smoke
12 de dezembro de 2005
Um filme pouco POP
Vendo a fotografia, publicada na TVI, a “agressão” não passou afinal de um mero toque no ombro do candidato.
Naturalmente que os operacionais da campanha vão explorar este sucesso até à exaustão, mas pelo menos não teremos encenações desta estirpe no resto da campanha.
9 de dezembro de 2005
Dr. Viegas e Mr. Hide
A casa da música poderá ser qualquer coisa boa, mas neste momento apenas podemos afirmar “Poderá”.
Apenas Serralves e o Seiva Trupe se salvam no desastre cultural portuense.
Uma das principais provas deste desastre, é o facto de que o pior “alinhador de rimas” que a língua portuguesa conheceu, Carlos Tê, é considerado o “Poeta do Porto”.
A nível dos homens com exposição pública, a cidade também pouco ou nada oferece.
Nos últimos anos o Porto, entregou a sua representação a verdadeiros “Pitecantropos Erectus”, tal como Manuel Serrão ou o inclassificável Tino das Rãs, para gaúdio dos empedrenidos lisboetas, que murmuram “Estão a ver que temos toda a razão, aquilo não passa de uma paisagem selvagem”. Se englobarmos os comentadores do pontapé na bola, então teremos um bando de “Australopitecus aferensis”
Neste deserto cultural salva-se Francisco José Viegas (FJV), Homem de Letras Portuense que consegue passar uma imagem diametralmente oposta aos homens da pré-história, seus conterrâneos.
O que espanta é que até FJV, de quando em vez, é atacado pelo vírus da “Andradite Aguda”, e adopta uma postura mais digna de um “Guarda Abel” que de eminente homem de letras que efectivamente é.
Sinceramente, FJV seria o último adepto do FC Porto que eu imaginaria a celebrar com uma garrafa de espumante uma derrota europeia do Benfica.
Eu sei que ser afastado das competições europeias, por uma equipa com nome de gabinete de design de comunicação, é duro, mas não justifica a “Andradite aguda”.
Nestes maus momentos é melhor lembrar que já aconteceram coisas piores, como ser afastado na primeira eliminatória por uma equipa da 4ª Divisão de Inglaterra. Pelo menos o Artmédia era da 1ª Divisão.
Ou será que isto era apenas número e FJV se encontra a escrever uma versão moderna, lusitana e portuense do romance de Stevenson, “Dr. Jekill and Mr. Hide”
5 de dezembro de 2005
Ouro do Brasil - A Abelha Rainha
Clique na seta para ouvir
4 de dezembro de 2005
25 anos
Volta Gabi, que estás perdoado!
Tens de compreender que até então, não tinha aparecido ninguém pior que tu.
E eu que vomitava de nojo, aquelas pérolas da lingua portuguesa aplicadas à filosofia Futebolística tais como:
Modorra
Entre o já insuportável "Todos contra Cavaco, porque sim!", a luta entre duas facções para controlar o PS, o combate entre dois garnizés, para ver que lidera a esquerda, os silêncios de Cavaco "alexandrino" Silva e os velhos e já gastos lugares comuns que todos debitam, nada consigo aproveitar. É uma "Seca" de todo o tamanho.
Em suma, lá para Janeiro diremos
Tudo como dantes, Quartel-General em Abrantes
PS (Post Scriptum): Pelo menos, seria bom que o próximo chefe da "coisa", não fizesse tristes figuras a condecorar corruptos condenados
Publicado também no O Eleito
2 de dezembro de 2005
A República Portuguesa no seu melhor
José Maria Duarte Júnior, natural da Guia e empreiteiro da construção civil, , foi agraciado pelo Estado com as insígnias do grau de comendador da Ordem de Mérito Civil, em Setembro de 2003.
A cerimónia de condecoração foi presidida pelo chanceler das Ordens de Mérito Civil, padre Vítor Melícias, que na ocasião, e em nome do Presidente da República, Jorge Sampaio, afirmou que o condecorado representava “o agradecimento de Portugal ao homem, ao cidadão e ao benemérito que dedicou toda a sua vida ao trabalho, à família, à sua terra, a Portugal e àqueles que na comunidade mais necessitam”.
Que palavras tão bonitas! Até fiquei comovido.
Mas quem é José Maria Duarte Júnior?
Profissão: Empreiteiro
Não pagou Imposto de Sisa em 1992 e 1993;
Não pagou o IRS em 1995, 98, 99 e 2000;
Foi condenado por CORRUPÇÃO ACTIVA em 1996 (Juíz - Ricardo Cardoso)
Em 1997, um ano após a sua condenação, foi agraciado a medalha de ouro da Câmara de Pombal pela sua acção de beneficência.
Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Albufeira.
Nova penhora de bens em 2005 para pagamento de dívidas ao fisco.
Leia a notícia completa no Correio da Manhã
Oh não! É Natal outra vez
Mas tudo isso é suportável. O que é deveras insuportável é a música ambiente que nos persegue até nas ruas.
Já vomito pelos olhos o “Frostie, the snowman, ou o “Santa Claus is coming to town” e pelos ouvidos o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras, que ao desejar “A todos um bom Natal”, liberta em mim instintos infanticidas
1 de dezembro de 2005
Vivam os Heróis da Restauração da Independência
O dia da redenção
Em que valentes guerreiros
Nos deram livre a nação
A fé dos campos de Ourique,
Que coragem deu valor
Aos famosos de quarenta
Que lutaram com ardor
P'ra frente
P'ra frente
Repetir saberemos, as proezas de Portugal
Ávante
Ávante
E a voz soará triunfal
Ávante Mocidade de Portugal
(Hino da Restauração)
Hoje pelas 16h00, na Praça dos Restauradores realizar-se-á a tradicional homenagem aos Heróis da Restauração da Independência de Portugal.
Aproveite enquanto for permitido!