Isto passa-se numa área da governação – a segurança interna.
E nas outras áreas?
Ninguém fala do Cartão do Cidadão, popularmente conhecido pelo Cartão Único (C.U.), inocentemente apresentado como um substituto moderno do Bilhete de Identidade, mas que no futuro concentrará TODA A INFORMAÇÃO do seu titular (Identificação, morada, registo criminal, registo de saúde, cartão de eleitor), toda esta informação concentrada num único cartão magnético gerido por um sistema central, ao alcance de um clique do rato do “gestor do sistema”, que saberá onde moramos, o que fizemos no passado, que doenças sofremos e … em quem votamos (se o voto se tornar electrónico).
Onde estão as garantias?
Onde está a protecção dos dados pessoais?
Como é que se impedirá a tentação de quem dominar o sistema, se tornar no “Grande Irmão” da Nação, usando como ecrã de televisão o formato normalizado do cartão magnético?
Alguém sabe? Duvido!.
Cartão Único no mundo apenas existe no Japão, sociedade historicamente autoritária e fortemente hierarquizada. Nos Estados Unidos, terra onde nunca existiu Bilhete de Identidade, a ideia de criar um Cartão Único esbarrou na pessoa de seu presidente, horrorizado com tamanha ameaça aos direitos liberdades e garantias expressos na Constituição de 1776.
A própria Blogoesfera, sempre tão atenta, encontra-se num silêncio sepulcral, com poucas e honrosas excepções. Será já o "Medo" de brevemente ter que dar o seu C.U. à primeira autoridade que o solicitar, a fazer os seus efeitos?
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