30 de novembro de 2004

Definição de Paraíso

Recentemente, um amigo meu deu-me, uma das melhores definições de paraíso:

"Bach foi alguém que compunha pensando que a sua música, um dia lhe abriria as portas do paraíso."
"Händel foi alguém que compunha sabendo de antemão que as portas do paraíso já lhe estavam abertas."

Obrigadinho ò Supremo

O Supremo Tribunal de Justiça, considerou como atenuante para um assassinato, o facto de a vitima deixar "esturricar a comida" que servia ao seu assassino!

Imagino que se uma pessoa num restaurante, for mal servida, poderá aplicar o devido correctivo ao cozinheiro. Caso não o mate, provavelmente não será nem presa nem condenada!

Vamos a ver se é desta que começamos a comer melhor.

27 de novembro de 2004

Quem condenou Cruz!

Durante o inquérito do caso Casa Pia, o público esteve sempre dividido quanto à possível culpa de Carlos Cruz, mas se hoje pouca gente se atreve a por as mãos no fogo pelo apresentador.
Isto deve-se mais à estratégia da sua defesa, que ao lado da acusação, pois pode-se dizer com toda a propriedade que quando os advogados de defesa de Carlos Cruz conseguiram impedir as audições para memória futura, alegando um motivo estapafúrdio, tão estapafúrdio que até os analfabetos compreenderam que quando um advogado insiste na forma e nunca no conteúdo, isso seguramente quer dizer que não tem defesa possível.
Mesmo que o processo aborte e Cruz seja absolvido, a sua estratégia de defesa colocou-lhe uma canga que ele vai ter de suportar o resto da sua vida.


24 de novembro de 2004

Liberdade

“Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer! […]”

Acima está transcrita a primeira estrofe do Poema “ A liberdade” de Fernando Pessoa. A primeira vez que o ouvi, foi numa aula de Português do meu 8º ano. Na minha mente de criança esta estrofe pouco ou nada tinha a ver com a “Liberdade”, só mais tarde é que tive a consciência da palavra e do acto que define o termo “Liberdade”.
A palavra é “NÃO
O acto é “RECUSA
Só se é livre quando se pode dizer “NÃO”.
Só se é livre quando podemos “RECUSAR” aquilo que não desejamos.
A hipótese de podermos dizer que “NÃO” e “RECUSAR” indica a existência de uma OPÇÃO. E só existem OPÇÕES em LIBERDADE. Quando não há OPÇÕES estamos numa DITADURA.

É por isso que ter um livro para ler e não o fazer dá prazer, porque é um acto próprio de quem pode OPTAR, e quem pode OPTAR, vive verdadeiramente em LIBERDADE.

A palavra “SIM” e o acto “ACEITAR” não são definidores de “Liberdade”, Numa ditadura, não existe mais nenhuma opção senão dizer que "SIM" e "ACEITAR" aquilo que o ditador deseja.
Em Portugal foi assim durante 48 anos, em Cuba e na Coreia do Norte é assim desde há muito tempo.
O que me causa maior estranheza, é que quem actualmente deseja à viva força que os Portugueses deixem de ter hipótese de poder dizer “NÃO” e de “RECUSAR” o que vem de Bruxelas, são os mesmos que em 1962, 1969 e 1974 tudo fizeram para que nós pudéssemos voltar a OPTAR, isto é, poderem voltar a dizer “NÃO” e a “RECUSAR” o que o poder de então impunha.

19 de novembro de 2004

A resposta

"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"

NÃO

É a única resposta a dar.
Não por aquilo que se pergunta,
mas sim por aquilo que eles não querem perguntar!

15 de novembro de 2004

Pelas Crianças - Pela Justiça

HOJE SÃO CRIANÇAS SEM ROSTO

AMANHÃ

PODERÁ SER O SEU FILHO


Pescas - Política Pouco Comum

O problema da Política Comum de Pescas é o seguinte:

Desde que entramos na EU, fomos bombardeados com a mensagem de que os recursos marítimos estavam à beira do esgotamento. Efectivamente a mensagem era, e continua a ser, verdadeira. Os estudos científicos nacionais e estrangeiros assim o atestam. No entanto a Politica Comum de Pescas, é tal como o nome indica uma POLITICA, não uma ciência. E como POLÍTICA que é, usa a ciência quando esta serve os seus interesses e ignora-a quando ela é um obstáculo aos seus objectivos.

Com base na assumpção de que os recursos marítimos estavam à beira de um esgotamento Portugal abateu uma grande parte da sua frota de pesca e reduziu drasticamente as suas capturas, lançando para o desemprego milhares de trabalhadores. Os outros países diminuíram o número de embarcações, mas construíram novas embarcações mais eficientes. A coberto da sua legislação o vizinho espanhol manteve artes de pesca predatórias, que são proibidas no resto da Europa.
Em 2002, a CEE exige a Portugal a abertura do mar dos açores às frotas europeias (europeias=espanhola) a que o governo de António Guterres deu imediatamente o seu europeístico aval. Na altura esta decisão não teve qualquer eco na imprensa Portuguesa, um silêncio criminoso, pois logo após Durão Barroso ter tomado posse, a decisão foi objecto de manchete, fazendo crer aos leitores que tinha sido uma decisão do governo do PSD. Uma das vozes que se fez mais ouvir foi a de Carlos César, que seis meses antes tinha mantido o silêncio quando soube da decisão de Guterres.
A decisão da EU, foi uma decisão politica. sem qualquer sustentabilidade cientifica. Se os recursos marítimos estão à beira de um esgotamento, não se pode decuplicar o nível de capturas por decreto. O objectivo desta determinação da EU foi sem dúvida motivado pela necessidade de compensar o Estado Espanhol por uma cedência que este fez num qualquer outro campo da politica europeia.
O nosso problema, é que os nossos governantes (quaisquer que estes sejam) que são eleitos POR TODOS NÓS e supostamente para defenderem os INTERESSES DE PORTUGAL E DOS PORTUGUESES, uma vez instalados no poleiro actuam apenas como AGÊNCIA EM PORTUGAL DE INTERESSES EUROPEUS.

Pescas - Europeísmo Agudo de Teresa Sousa

Foi publicado recentemente no Jornal Público, um artigo de opinião escrito por uma senhora de nome Teresa de Sousa, na qual ela se mostrava altamente indignada, pelas reacções negativas ao anúncio de que a constituição europeia retirava definitivamente a Portugal a soberania da sua zona económica exclusiva, segundo ela, tudo não passava de “surtos de patriotismo", e comparava, ignorantemente, diga-se, a onda de reacções aos arautos que profetizavam a desgraça da economia nacional, quando se iniciou o mercado único.
A Politica Comum de Pescas (PCP) e o Mercado Único Europeu não têm nada a ver uma com a outra, se bem que para um leigo pareçam ser complementares.
Teresa Sousa continuou a lançar diatribes, próprias de uma pessoa a quem a União europeia muito deve ter beneficiado.

A última dose de "soberanite aguda" provocada pelo novo tratado constitucional chegou com o seu artigo 10.º, que subordina o direito nacional ao direito da União. Como as pescas, há mais de trinta anos que é assim. Como com o mar, a descoberta não é descoberta nenhuma, é apenas mais uma tentativa de instrumentalizar o desconhecimento e a ignorância das pessoas a favor de uma ideologia antieuropeia[…]”
assestou então as suas baterias nos armadores e pescadores
[…]A melhor parte foi, aliás, quando os armadores portugueses insultaram em directo, aos microfones das televisões, os ministros portugueses que vão a Bruxelas divertir-se - passar o fim-de-semana com a família ou coisa pior -, em vez de defenderem os interesses lusos, como seria a sua obrigação.[…]
Não sei se os ministros vão a Bruxelas passear com a família, mas que parece que sim, lá isso parece.
A senhora continua a defesa daqueles que participaram na convenção “Giscardiana”, afirmando:
[…]”na Convenção que preparou o texto do novo tratado constitucional, estivessem em permanência pelo menos cinco portugueses - cinco malandros "vende-pátrias" que assistiram em silêncio à entrega camuflada da nossa ZEE, indiferentes aos "predadores de frotas poderosas" e a outros interesses obscuros.”[…].
Não sei se estes cinco eram efectivamente vende-pátrias, mas que isso pareceram, lá isso pareceram.

12 de novembro de 2004

Cartas Portuguesas

Iniciei hoje a colocação de textos no meu novo Blogue de nome "Cartas Portuguesas - A 1ª República por correspondência". Este Blogue tem por finalidade apresentar uma prespectiva da 1ª República através da correspondência recebida por duas figuras do regime, Raimundo Meira, Coronel, Deputado e Senador do Partido Democrático, Governador Civil de Viana do Castelo e Coimbra e Simas Machado, General, Deputado e Senador do Partido Evolucionista, comandante da 2ª Divisão do C.E.P. na Flandres, e governador militar de Lisboa por ocasião da revolução de 28 de Maio.
As cartas foram escritas por inúmeras personalidades políticas, de entre as quais destaco:
- Afonso Costa;
- António José de Almeida;
- Alexandre Braga;
- Sá Cardoso;
- João Soares
- Egas Moniz;
- Homem-Cristo.
e outras figuras do meio cultural
- António Correia de Oliveira;
- Teixeira Lopes;
- Cândido de Figueiredo.
As cartas serão apresentadas com a biografia dos remententes (Sempre que tal seja possível) e com um texto que procurará enquadrar a situação política no momento em que a carta foi escrita.
A prespectiva apresentada será naturalmente incompleta, devido ao facto de a minha bibliografia sobre o tema ser naturalmente incompleta, devido a motivos profissionais não me ser possível a consulta de outras fontes, tais como diários de sessões parlamentares e jornais e apenas possuir as cartas que lhes foram enviadas.

As cartas são em número de 460 (320 de Raimundo Meira e 140 de Simas Machado) e cobrem o periodo que vai de 1911 a 1927, abrangendo portanto, quase todo o regime.

Convido todos os leitores a seguirem esta minha nova publicação e espero que ela seja do vosso agrado.

11 de novembro de 2004

A última Mensagem

Antes de morrer Arafat mandou uma ultima mensagem para Ariel Sharon:
A mensagem rezava o seguinte:

ATRÁS DE MIM VIRÁ,
QUEM BOM DE MIM FARÁ

9 de novembro de 2004

"Conspiradores"

Hoje está sentado no banco dos réus o meu amigo Manso Preto, acusado de desrespeito pela autoridade por se recusar a divulgar as suas fontes. Manso Preto é verdadeiramente um jornalista de “peso” e um Homem com Tomates (desculpem a expressão mas há que chamar as coisas pelos nomes), há 13 anos atrás publicou um livro em que desmascarava os execráveis barões da droga galegos, apontando-os e nomeando-os um a um numa altura em que a Galiza era governada à lei da bala por estes biltres, cujos tentáculos chegavam bem dentro do Alto-Minho. Na altura toda a gente lhe vaticinou uma curta esperança de vida. Hoje continua vivo e recomenda-se enquanto os barões da droga galegos, aqueles que conseguiram sobreviver, estão a ver o sol aos quadradinhos. O livro que escreveu foi fundamental na ofensiva que alguns anos mais tarde o até então desconhecido, juiz, de nome Baltazar Garzón fez contra estes carteis, desbaratando-os completamente.
Em Espanha, Manso Preto é hoje em dia uma lenda, é o “Jornalista sem medo”, no nosso país as autoridades tratam-no como um mero pelintra, um perigoso conspirador contra a ordem estabelecida cujo o crime é o de não revelar as suas fontes. Para mim tudo isto não passa de uma forma de intimidação, não vá Manso Preto ter a veleidade de desmascarar os “Barões” Portugueses como desmascarou os “Barões” Galegos

Hoje Manso Preto responde por não querer divulgar as suas fontes e se eu bem o conheço ninguém lhe conseguirá arrancar informação alguma pelo que a condenação poderá ser quase certa.

O sistema rejubila de contentamento!

8 de novembro de 2004

Hélder Macedo

Hélder Macedo, escritor e catedrático de Português do King's College de Londres, vai ser hoje justamente homenageado em Lisboa.
A Homenagem realiza-se Às 18h30 na Culturgest.

7 de novembro de 2004

Traíção à Pátria

O Expresso noticia que a assinatura do novo tratado de Roma, faz com que o nosso país perca a soberania sobre a nossa zona económica exclusiva. A noticia completa é a seguinte:
"O TRATADO assinado na semana passada em Roma, atribui a competência exclusiva da exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos biológicos do mar à União Europeia. Ou seja, a constituição europeia retira a Portugal a soberania sobre a sua Zona Económica Exclusiva (ZEE).
"É incrível como o Governo português deixou passar esta medida sem qualquer contestação. Em Bruxelas ficaram muito surpreendidos por Portugal não se ter oposto", comenta João Salgueiro.
Isto é tanto mais estranho quanto é certo que a coligação PSD-CDS parecia vir a dar crescente importância à condição atlântica, com a criação da Comissão Estratégica para os Oceanos ea concentração dos assuntos do mar no Ministério de Paulo Portas.
Entretato Tiago Pitta e Cunha, que presidiu à comissão dos Oceanos, esclareceu que o tratado envolve os recursos marinhos vivos mas não os minéricos [...] Ao nível do direito internacional, a atribuíção da exclusividade à UE da gestão dos recursos biológicos do mar é contrária à tendência das convenções adoptadas pelas Nações Unidas. Por exemplo a convenção do Direito do Mar da ONU estabelece que todos os recursos vivos e minerais até às 200 milhas são da propriedade do País.[...]."

O Expresso esclarece que este biltre, com nome de parvo que aparece nas revistas cor-de-rosa, deixou de ser presidente da comissão dos oceanos para ser membro do Gabinete do Comissário europeu das pescas e assuntos maritimos.
Para este Pitta e Cunha, dizer que não há problema pois o tratado apenas envolve os recursos marinhos vivos mas não os minéricos, é porque nos deve tomar por parvos e burros. Alguém teria a veleidade de pensar que caso existisse Petróleo na nossa costa, os recursos minéricos ficariam na nossa posse?
A partir deste momento este Blogue passará a estar 200% contra a Constituíção Europeia.

É PRECISO DIZER BASTA!
É PRECISO DIZER NÃO!

Bruxedos

Maria de Fátima Bonifácio escreveu ontem um excelente artigo no Público com uma visão acutilante sobre a actual situação política nacional.

5 de novembro de 2004

Na casa de Arafat

Por estas alturas, na casa de Arafat só se ouve dizer:

NEM O PAI MORRE,
NEM A GENTE ALMOÇA

Será apenas esquecimento?

Os leitores repararam no estranho esquecimento do Barnabé, relativamente à tentativa de intimidação que o nosso colega António Caldeira do Portugal Profundo está a sofrer, por parte das autoridades do poder instalado?

Será que é esquecimento, ou será que os rapazes do Barnabé, na realidade estão bem "integrados" dentro do "sistema"?

3 de novembro de 2004

Deu ZEBRA

Já não tenho pachorra para estas coisa, ficar a pé até de madrugada esperando que o "Leão" ganhasse. Às 4 da manhã fui dormir quando toda a gente podia ver que o final ia

DAR ZEBRA

1 de novembro de 2004

Outros tempos

Noutros tempos os cinemas organizavam "matinés elegantes", durante os dias de semana.
Estes bilhetes de convite eram feitos de propósito para o sexo feminino como o "Exma Sr.ª" bem impresso, deixa entender. Nestes tempos as senhoras de bem não saíam à rua depois do anoitecer, estas matinés elegantes eram, por assim dizer, as "lady's Night" possíveis naquele tempo.
Nota: Este cinema desapareceu há muito tempo, hoje em dia é um supermercado. No entanto sobreviveu ainda um pequeno objecto do tempo em que se projectavam fitas naquele sítio. haverá por aí algum leitor da zona da Graça com sentido de observação?